As esposas de dois homens mortos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, estiveram no estado paranaense em busca de informações sobre as investigações. Nesta quarta-feira (5), o caso completou três meses, porém, as companheiras de Diego Henrique Afonso e Rafael Juliano Marascalchi, deixaram a delegacia da cidade sem respostas.

Além disso, pouco após as mulheres passarem pela Delegacia de Icaraíma, a Polícia Civil do Paraná divulgou uma nota em que revela que é investigado se as quatro vítimas tinham envolvimento com o crime organizado. A mensagem oficial é da competência de Umuarama e conta com a ficha criminal dos quatro mortos e também dos dois suspeitos, que seguem foragidos.
“O sentimento que eu tenho é de indignação, de respeito em relação a minha profissão. O delegado, doutor Thiago, questionei ele, perguntei se o Doutor Gabriel, que é o delegado de Umuarama, se ele tinha avocado a competência de delegado que presidiu o inquérito policial, porque essas notas estavam vindo da Delegacia de Umuarama, e não de Icaraíma. Ele negou, disse que o quem preside o inquérito era ele”, comentou a advogada Josiane Monteiro, que representa a família das vítimas.
A advogada, que participou do programa Cidade Alerta Maringá, da Ric RECORD, ainda destacou que o delegado de Icaraíma não apresentou novidades e não tinha conhecimento sobre as notas divulgadas pela PCPR. “Doutor Thiago nos disse que nem sabia das notas. Olha a bagunça, o delegado que preside o inquérito desconhecia sobre as notas divulgadas […] o delegado diz que não sabe de nada”, completou Josiane.
Esposas de mortos em Icaraíma pedem respeito
Meire Marascalchi e Fabricia Pellini, esposas de Rafael e Diego, respectivamente, também estiveram no Cidade Alerta e comentaram sobre a frustração em Icaraíma em busca de respostas. As mulheres destacaram que foram até a cidade paranaense para tentar agilizar o processo.
Meire destacou que após a localização dos corpos, o delegado Thiago passou algumas orientações. Porém, segundo ela, o responsável pelo inquérito não está respeitando as famílias das vítimas.
“Eu não entendo porque o Doutor Thiago me pediu respeito e um pouco de silêncio, e foi o que eu fiz. Vocês viram que eu sumi um tempo da imprensa, porque estava respeitando ele, confiando no trabalho dele. Lá (frente a frente na delegacia) ele não falou nada do meu marido, nem mal e nem bem, nada, ele não conversa. Ele esperou a gente virar as costas para postar a nota. Agora quero perguntar para ele, que respeito ele quer? Se ele não está tendo respeito nenhum pela nossa família. Está postando fatos de 2007, 2005, sendo que eu nem estava com meu marido. Isso que ele está fazendo é para manchar a história da minha família”, desabafou Meire.

As duas esposas ficaram indignadas com a hipótese do envolvimento dos companheiros com o crime organizado, levantado pela PCPR. “A gente fica chocado, eles têm que provar. Da onde que saiu isso gente? A gente aqui é vítima. Além de ser vítima, eles estão querendo humilhar a família que só está sofrendo”, declarou Fabrícia.
Relembre o caso de Icaraíma:
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