Curitiba - A Receita Federal e a Polícia Federal cumpriram, nesta quarta-feira (28), 43 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão preventiva em uma operação contra contrabando de produtos químicos e sonegação fiscal. As ações ocorrem simultaneamente no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Esquema bilionário de combustíveis no Paraná
Investigações iniciaram no Paraná por causa do casal (Foto: Divulgação/Polícia Federal/Receita Federal)

No Paraná, as investigações começaram em 2023, quando um homem já condenado por tráfico internacional e a esposa dele passaram a ostentar bens de luxo em um condomínio de alto padrão em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

“A operação iniciou por diligências realizadas por policiais no Paraná. Com base nisso, pessoas que teriam vínculo com o crime organizado e a partir daí começaram as investigações de 2023. Os alvos do Paraná não são necessariamente os mesmos de São Paulo”, disse Dennis Cali, Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organziado.

De acordo com a investigação, o casal teria sociedade em uma empresa de produtos químicos e em uma distribuidora de petróleo, com sede administrativa em Pinhais e sede operacional em Paulínia (SP). O grupo é acusado de utilizar empresas como postos de combustíveis, distribuidoras e instituições de pagamento para lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis e fraudes nas quantidades vendidas.

Ainda segundo a Polícia Federal, a organização criminosa controlava 46 postos de combustíveis na região de Curitiba e teria movimentado cerca de R$ 20 bilhões. Ao menos 121 empresas depositaram aproximadamente R$ 1,4 bilhão nas contas da distribuidora sem justificativa conhecida e sem documentação.

A Receita Federal informou que as dívidas tributárias do grupo somam mais de R$ 1,6 bilhão, incluindo autuações por sonegação fiscal e fraude em importações.

Megaoperação mira esquema bilionário de combustíveis envolvendo PCC no Paraná

A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (28) duas operações simultâneas contra esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes na cadeia produtiva de combustíveis. As ações, chamadas Operação Quasar e Operação Tank, miram estruturas criminosas com grande impacto financeiro e envolvimento de organizações ligadas ao crime organizado.

Operação Tank em Curitiba
O trabalho investigativo constatou também fraudes na comercialização de combustíveis (Foto: Divulgação/Polícia Federal/Receita Federal)

Operação Quasar

O foco da Quasar é desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. O grupo usava fundos de investimento para ocultar patrimônio ilícito e blindar recursos, com indícios de ligação a facções criminosas.

A investigação aponta que os criminosos criaram uma teia societária complexa, com fundos que controlavam outros fundos e empresas. Entre as práticas identificadas estão transações simuladas de compra e venda de ativos, como imóveis e títulos, sem propósito econômico real.

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça determinou o sequestro de fundos de investimento usados no esquema, o bloqueio de bens e valores até R$ 1,2 bilhão, além do afastamento de sigilos bancário e fiscal de investigados.

Operação Tank

Já a Operação Tank tem como alvo o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro identificadas no Paraná. O grupo é suspeito de lavar R$ 600 milhões desde 2019, movimentando mais de R$ 23 bilhões com apoio de postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

As investigações revelaram depósitos fracionados em espécie que somaram R$ 594 milhões, uso de laranjas, transações cruzadas, fraudes contábeis, repasses sem lastro fiscal e simulações de aquisição de bens. O grupo também praticava fraudes na venda de combustíveis, como adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa” — quando o volume abastecido é inferior ao indicado.

Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, em cidades como Curitiba, Pinhais, Paulínia, Barueri e Rio de Janeiro. A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando R$ 1 bilhão em constrições patrimoniais.

As duas operações, segundo a Polícia Federal, têm como objetivo desestruturar financeiramente as organizações criminosas, recuperar valores desviados e reforçar o combate à infiltração do crime organizado no mercado financeiro.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui        

Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.