Ricardo Carvalho Miranda, diretor-presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (SINDARSPEN) declarou ao Cidade Alerta Paraná, nesta quarta-feira (12), que a categoria trabalha com medo de ser morta todos os dias.
“Nós estamos sentindo que estamos em uma fila, num abatedouro, aguardando para sermos executado pela criminalidade. […] A categoria está muito receosa porque os caras vão entrar dentro da sua casa, te executar dentro da sua casa. Que segurança é essa? Nós não temos segurança”, disse.
O desabafo foi feito durante uma entrevista sobre a execução do agente penitenciário Lourival de Souza, que ocorreu nesta quarta-feira (12), em Piraquara, na Grande Curitiba.
“O Estado sabia do que estava acontecendo, o Lourival havia recebido informações de que tentariam contra a vida dele. Ele procurou o departamento de inteligência, ele relatou isso aí. Há 20 dias alguns criminosos estiveram na casa dele, em frente à residência dele, algumas pessoas observaram os criminosos. Então, já havia essa informação de que ele seria executado.[…] Por que não transferiram o Lourival para outra penitenciária para preservar ele? Por que o estado não deu proteção para ele?” completou ainda Miranda.
Agente penitenciário é morto
De acordo com a polícia, Souza tomava banho quando sua residência foi invadida por quatro indivíduos. Durante a ação, os familiares do agente penitenciário foram rendidos e presenciaram o assassinato. Ele foi morto com vários disparos de arma de fogo.
Pouco tempo depois, um veículo com as mesmas características do carro usado pelos criminosos foi encontrado incendiado na região do Zoológico da capital.
De acordo com o superintendente da delegacia de Piraquara, que cuida do caso, dois homens que participaram da execução já foram identificados. Um deles também está envolvido com a morte de outro agente penitenciário, ocorrida em dezembro de 2019, no bairro Pinheirinho, na capital, e já é considerado um foragido da Justiça.