Um calouro que participou do trote realizado pelos alunos de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que teve várias queimaduras nas costas, conversou com a RICtv sobre o caso, nesta quinta-feira (31). Cerca de 20 estudantes foram queimados com creolina no campus de Palotina, no oeste do Paraná, na tarde de quarta-feira (30).
De acordo com o universitário Marcelo Krein, quando os calouros chegaram ao local do trote eles identificaram uma caixa de leite e outra embalagem, a qual não sabiam qual era o conteúdo.
“Perguntaram para eles [veteranos] o que era que tinha na lata e eles responderam que era creolina. Alguns integrantes que estavam na roda questionaram se não ia queimar, mas eles não falaram nada e começaram a passar o produto na gente”,
conta Marcelo.
A creolina é um desinfetante e germicida com ação bactericida e fungicida comprovada, sendo de uso veterinário.
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Segundo o delegado Pedro Lucena, os envolvidos mandaram as vítimas ficarem de joelhos no chão, fecharem os olhos e então jogaram o produto nos alunos. A suspeita é de que alguma outra substância tenha sido misturada à creolina.
“Eles estavam passando pela roda aplicando o produto e quando chegaram em mim, que eu era um dos últimos, o primeiro já começou a sentir as queimaduras. O pessoal começou a tirar a camiseta, tentando se limpar para tirar a creolina. Eu já estava sem camiseta, então só me sequei um pouco e emprestei a blusa pro colega do lado. Foi durante esse tempo que uma menina acabou desmaiando e a gente correu procurando por chuveiros e torneiras”,
relata o universitário.
Logo depois, todas as vítimas foram ao Hospital Municipal de Palotina. Elas apresentavam queimaduras de 1º, 2º e 3º grau.
O inquérito policial tenta identificar todas as vítimas e os autores do trote. Conforme o delegado, os envolvidos serão indiciados por tortura e lesão corporal de natureza grave.
