A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investiga ofensas realizadas por três estudantes de Direito em uma universidade de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do Paraná, contra uma colega cadeirante. As injúrias teriam sido feitas por meio de vídeos postados no ‘Melhores Amigos’ do Instagram, o que impediu a vítima de visualizar os conteúdos.

Nos vídeos, a vítima teria sido chamada de “magrela”, “lazarenta” e “desgraçada”, além de ofensas pela deficiência física da mulher, além de uma ameaça de estupro.
“Segredo de estado pra vocês: na nossa sala tem uma cadeirante, uma magrela. E a gente ‘tava’ apresentando o trabalho hoje e a cadeirante rindo da nossa cara… por que não levantou e foi rir lá na nossa frente? Por que que aquela magrela feiosa não levantou e não veio falar? Porque é magrela, sabe que apanha a lazarenta, desgraçada. Vem aleijadinha, vem aleijadinha, sem movimento é mais fácil de tirar a sua calcinha”, disseram as estudantes nos vídeos.
Os vídeos foram postados no dia 7 de abril e a Polícia Civil confirmou que abriu um inquérito sobre o caso nesta sexta-feira (11).
Uma das estudantes que ofendeu a colega cadeirante postou uma nota de retratação no Instagram:
“Venho aqui reconhecer, com toda a sinceridade, que o conteúdo foi ofensivo, insensível e totalmente inaceitável. Assumo total responsabilidade pelo que disse. A ‘brincadeira’, além de desrespeitosa, desconsidera toda a luta e o respeito que cada ser humano merece, independente de suas condições físicas. Refleti profundamente sobre o impacto das minhas palavras e entendo que não se trata apenas de ‘brincadeira’, mas de como elas podem ferir e perpetuar preconceitos que precisamos combater”, disse a estudante na nota.
Já o Centro Universitário de Telêmaco Borba (UNIFATEB), universidade em que todos os estudantes são alunos de Direito, também se pronunciou por meio de nota.
“Não somos coniventes com qualquer tipo de desrespeito, preconceito ou discriminação, e não compactuamos com comportamentos que atentem contra a dignidade de qualquer indivíduo. Reforçamos que essa atitude é inaceitável e absolutamente incompatível com os princípios e valores que norteiam nossa instituição. […] Na UNIFATEB, a cordialidade, o respeito e a inclusão são valores inegociáveis e constituem a base da nossa cultura educacional. Seguiremos firmes na promoção de um ambiente seguro, acolhedor e justo para todos”, diz o texto.
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