Edilaine Camargo, mãe de menino que ficou 13 horas perdido em um área de mata na área rural de Campo Alegre, no Planalto Norte de Santa Catarina, conversou com a RIC Record TV depois que o pequeno Kelvin Camargo, de apenas 2 anos e 5 meses, foi encontrado na manhã de quarta-feira (3). Segundo conta, com o passar das horas, ela chegou a acreditar que o filho estivesse morto.
“Eu não esperava encontrar ele com vida, mas no momento em que eu vi o sargento com ele no colo, ele estava todo ‘molinho’, eu paralisei. Daí, o sargento gritou para eu me acalmar que ele estava bem e passou ele para o meu colo. Quando ele passou para o meu colo, ele foi abrindo o olhinho e falou: ‘Mamãe’”, relata Edilaine.
Kelvin sumiu por volta das 17h de terça-feira (1º) e só foi localizado às 6h30 do dia seguinte, a cerca de 2 Km da casa de onde desapareceu, em uma plantação de pinus. Depois de uma noite gelada, em que os termômetros da cidade marcaram 8°C, os bombeiros encontraram ele deitado embaixo de uma samambaia.
“Era uma parte um pouco mais fechada da mata e a criança estava deitada sob um pé de samambaia. Estava imóvel, mas estava acordada. O bombeiro que viu a criança primeiro disse que ela estava com os olhos arregalados e que apesar dos chamados, talvez pela idade, ela não estava respondendo”, explica Clemente Michels, do Corpo de Bombeiros.
Após ser localizado, Kelvin foi levado a um hospital, onde passou por uma avalição médica, e liberado depois que os médicos constataram que não havia nada de errado com a sua saúde.
Menino some de dentro de casa
O menino mora com a mãe, os avós e um tio e, durante o dia, fica aos cuidados da avó Maria Inês, de 63 anos. A idosa conta que no dia do desaparecimento, o neto estava assistindo desenho na sala, enquanto ela preparava o jantar. Os cômodos são separados por aproximadamente 15 metros de distância e Kelvin chegou a ir até a cozinha para pedir um iogurte antes de sumir. No entanto, minutos depois, quando ela foi buscá-lo para dar banho, ele não estava mais no local.
A família ainda não sabe como Kelvin se afastou da propriedade, já que os portões estavam fechados e ele nunca havia saído sozinho. Edilaine desconfia que o filho possa ter sido levado por alguém. “Pela distância que o bombeiro relatou para nós, para ele ir sozinho, com a idade que ele tem, a gente acha absurda. Mas eu não vou acusar ninguém, sem provas, sem nada, só Deus que sabe”, diz a mãe.
A avó também se mostra incrédula sobre a fuga da criança, para ela, assim como para os outros familiares, Kelvin não estava desacompanhado.“Ele não saiu sozinho, alguém puxou ele para o mato porque não pode uma criança de dois anos e pouco se mandar nesse mundão a fora, de noite já”, declara Maria Inês.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o que aconteceu, ao passo que os cuidados sobre Kelvin foram redobrados.
“Eu não desejo isso para ninguém. É muita angústia, agonia, eu não tinha sossego, não parava, parecia que tinham arrancado meu coração fora. Quando chegou a madrugada, eu não tinha mais nem força para chorar”, finaliza a mãe do menino.
Veja o momento do reencontro dos familiares com a criança: