O ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), Abib Miguel, conhecido como Bibinho, de 81 anos, foi alvo de mandados de busca e apreensão na investigação que apura possível associação criminosa que estaria atuando para ocultar valores pertencentes a ele. A operação é do Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e em conjunto com os Ministérios Públicos de Goiás e de São Paulo, que devem cumprir 16 mandados nesta quinta-feira (2). As ordens judiciais serão cumpridas no Paraná, em São Paulo e em Goiás.
O ex-diretor geral é réu em diversas ações propostas a partir de investigações do caso que ficou conhecido como “Diários Secretos” e que apuraram desvios de recursos públicos na Assembléia Legislativa, e chegou a ser condenado a mais de 250 anos de prisão por lavagem de dinheiro, mas o julgamento que levou à condenação foi anulado. No último dia 25, ele teve a prisão domiciliar revogada pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) e foi encaminhado ao Complexo Médico Penal.
Dois mandados são cumpridos em Curitiba, um em Ribeirão Preto (SP), dois em Ipuã (SP), dois em Goiânia (GO), sete em São João da Aliança (GO), um em Formosa (GO) e um em Flores de Goiás (GO). As determinações judiciais, expedidas pela 4ª Vara Criminal de Curitiba, envolvem buscas em sete residências, sete fazendas e duas empresas (uma de sementes e outra de aviação agrícola) e têm como alvo, além do ex-diretor da Alep, um familiar dele, um administrador de suas propriedades, três empresários da área agrícola e um suposto segurança, que seria ex-policial militar.
De acordo com o Ministério Público do Paraná, o grupo estaria atuando, a partir de diferentes formas de falsificação ou simulação, para ocultar valores vindos da exploração agrícola de propriedades rurais pertencentes ao ex-diretor-geral que foram objeto de sequestro judicial.