O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, deixou a sede da Polícia Federal localizada no bairro Santa Cândida, em Curitiba, por volta das 13h desta quarta-feira (1). Ele deverá seguir para o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, sob forte esquema de segurança, com destino ao Rio de Janeiro, onde ficará sob regime de prisão domiciliar por um ano em sua residência na Barra da Tijuca, segundo os termos do acordo de delação premiada, homologada na terça (30) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-diretor será transferido em um jato da própria Polícia Federal. No trajeto, ele também será escoltado por uma equipe de 50 agentes do Comando de Operações Táticas (COT), esquadrão de elite dos federais em Curitiba.
De acordo com a Polícia Federal do Paraná, Costa passou nesta manhã pelos últimos trâmites para sua transferência, com a formalização dos documentos do seu acordo de delação. Ao desembarcar no Rio, o ex-diretor já estará usando a tornozeleira eletrônica que irá monitorar o cumprimento da pena. Ao chegar ao aeroporto do Galeão, a Polícia Federal do Rio assumirá a operação de transferência até a sua casa.
A previsão é de que ele retorne a Curitiba no dia 8 de outubro para um novo depoimento à Justiça Federal sobre o escândalo envolvendo a Petrobras.
Proteção
A advogada Beatriz Catta Preta, que defende o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, disse que seu cliente terá proteção permanente da Polícia Federal (PF).
“Ele terá proteção ostensiva da Polícia Federal nesse início. Ele ficará em casa, em prisão domiciliar, e só poderá sair de casa com autorização judicial. Se, no prazo de um ano, não houver sentença prolatada nos autos onde corre o acordo [de delação premiada], ele fica em liberdade aguardando a prolação da sentença”, disse a advogada.
Catta Preta acrescenta que, com a decretação da sentença, o juiz avaliará a colaboração de Costa e os efeitos alcançados para o processo. “Ele vai, então, aplicar a pena que, segundo o acordo, tem seu patamar máximo de dois anos em regime semiaberto”, explica.
No cumprimento da pena em prisão domiciliar, o ex-diretor usará uma tornozeleira eletrônica. Costa é investigado pela PF, por suspeita de participação em um esquema de corrupção da Petrobras, e decidiu colaborar com as investigações em troca de redução de pena.
Preso pela Operação Lava Jato em março deste ano, Costa citou recentemente o nome de 30 políticos que estariam de alguma forma sendo beneficiados pelo esquema de fraudes e desvios de recursos da estatal, além do recebimento de US$ 23 milhões de uma empreiteira do exterior para facilitação de contratos com a empresa.