
Além de matar três vítimas, ele feriu gravemente outras duas; o ex-guarda municipal de Londrina foi encontrado enforcado dentro da cela na Penitenciária Estadual de Londrina II
O ex-guarda municipal de Londrina, no norte do Paraná, que foi condenado por matar três pessoas e ferir outras duas, em abril de 2017, foi encontrado morto na tarde desta segunda-feira (22) na Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II).
Segundo o diretor da PEL II, Ricardo Leandro Felippe foi encontrado enforcado dentro da cela, por gentes carcerários, na hora do banho de sol detentos.
Relembre o caso do ex-guarda municipal de Londrina
O crime aconteceu no dia 3 de abril de 2017. Na época, Ricardo estava de licença médica e voltou ao trabalho, de guarda municipal em Londrina, exatamente no dia em que cometeu os assassinatos. Testemunhas afirmaram à polícia, que ele chegou na corporação, pegou sua arma e saiu. “Ele se apresentou para o trabalho. Bateu o cartão normalmente, pediu a arma dele e sumiu”, disse o delegado responsável pelo caso durante entrevista em 5 de abril de 2017.
Antes disso, ele estaria afastado devido a denúncias de agressões e ameaças à ex-namorada. O que acarretou na proibição de que o guarda se aproximasse da mulher e o impedia de usar armas fora do horário de trabalho.
Vítimas de Ricardo Leandro Felippe
Primeiro, ele foi até a imobiliária de sua então namorada Josiane Amorim. Mas como a mulher não estava no local, acabou descarregando a arma em sua sócia Ana Regina do Nascimento Ferreira, de 34 anos, que foi morta com um tiro no rosto e outro no peito.
Depois, Ricardo foi até a casa de sua ex-noiva, lá, ele não encontrou novamente o seu alvo. No entanto, baleou a mãe da mulher, o pai, o avô em uma cadeira de rodas e o filho da ex de 16 anos. O adolescente morreu ainda em casa, vítima dos vários ferimentos de arma de fogo no peito. O pai da mulher faleceu no hospital.
A ex-companheira chegou minutos depois de tudo acontecer. “Eu estava em casa, mas eu consegui me esconder, ele não me achou. Só que quem acabou sendo alvo disso tudo foi minha família”, contou durante entrevista em 6 de abril de 2017.
O guarda-municipal roubou três carros durante a fuga e foi preso horas depois em Maracaí, no interior de São Paulo, a 120 Km de onde havia cometidos os crimes.
Na entrevista que ele concedeu pouco depois de ser preso, afirmou não lembrar de nada. “Eu acabei pegando uns remédios que eu tomava um de cada um e tomei vários de cada um. Não lembro quanto. E tentei através desses remédios manter um pouco a calma. A partir daí, eu comecei a ficar meio fora de mim”, disse o acusado.
A namorada, que escapou do homicídio, contestava a versão da polícia, e afirma que ele nunca deixou de andar armado. “Ele não pegou a arma, ele foi com a arma e saiu com a arma. Como ele fazia todos os dias. Ele estava de atestado, mas estava com a arma”, disse Josiane à equipe da RICTV Londrina | Record PR.
Júri Popular e demissão
Em julho de 2017, a Justiça determinou que Ricardo fosse a Júri Popular. Em dezembro do mesmo ano, ele foi demitido da guarda municipal de Londrina.
Defesa
A defesa do guarda municipal de Londrina sempre alegou que Ricardo estava fora de si quando cometeu os crimes. “Ele disse que ouviu algumas vozes e que até hoje ele não entende. Vozes que ele sempre ouviu. Ele não divulgava isso, mas sempre ouvia. Vozes de pessoas ou entendidas que diziam algo na cabeça dele e foi o que aconteceu no dia”, relatou Fabrício Camargo, advogado de réu, durante entrevista.
Promotoria
Já a promotoria contestava a versão da defesa. Na denúncia feita pelo Ministério Público o guarda municipal é apontado como autor de doze crimes. O promotor Ronaldo Costa Braga não acreditava na insanidade do réu. “Ele apenas concretizou as ameaças que ele já vinha fazendo há algum tempo e isso demonstra um conhecimento”, afirmou.
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