Enio e Mahara viveram juntos por três anos e estavam separados desde fevereiro (Foto: Facebook)

Enio foi ao velório de Mahara e publicou mensagem de luto nas redes sociais; ele confessou o crime

*Com informações do repórter Daniel Santos, da RICTV Curitiba

A mãe da estudante assassinada pelo ex-marido em Curitiba, dona Cristiane D’Avila, disse que está passando os dias a base de tranquilizantes e que não consegue dormir. Na manhã desta segunda-feira (5), um dia depois da prisão de Enio Ivan Bertoncello, de 31 anos, a mãe de Mahara D’Avila Scremin falou com o repórter Daniel Santos. “Ele me matou”, disse ela.

Dona Cristiane agradeceu pelo trabalho rápido da Polícia Civil em solucionar o crime e disse que não imaginava que o ex-genro fosse capaz de um ato tão extremo. “Eu quero saber como tudo aconteceu para ter um pouco de paz. Não consigo entender como alguém mata uma pessoa e diz que foi por amor”, indagou.

Enio foi preso no domingo (4) e confessou ter matado a ex-mulher a facadas.

Depoimento à Polícia

Enio confessou o assassinato de Mahara e contou como agiu. Segundo ele, mesmo com o fim do relacionamento, o casal continuava se encontrando e saindo ocasionalmente. Tanto que ele nunca apagou do seu Facebook as fotos com a ex-mulher. Já a estudante não tinha mais imagens com ele em suas redes sociais.

Na véspera do crime, ele disse que mandou várias mensagens para o celular da vítima e, como não teve resposta, foi até a casa dela no bairro Boqueirão em Curitiba. Era noite de terça-feira (30) e ele afirma que viu Mahara com outro homem pela janela do imóvel.

Sem ser visto, ele voltou para casa, passou numa farmácia no caminho e comprou uma caixa de luvas cirúrgicas. Ele esperou que Mahara respondesse suas mensagens para ter certeza de que ela estava sozinha e foi até o endereço dela novamente, já na madrugada de quarta-feira.

Segundo o depoimento dele, os dois discutiram e, com as mãos pressionando o rosto dela, ele pediu que os dois apagassem o passado e reatassem o relacionamento. Mahara disse não, foi arremessada contra o chão e desmaiou. Nesse momento, ele colocou as luvas, pegou a faca e deu dois golpes do lado esquerdo do pescoço da vítima.

Depois, Enio bagunçou armários e gavetas para simular um latrocínio. Ele ainda contou que pegou o celular da ex, leu todas as mensagens dela com amigos, voltou ao quarto e acariciou o rosto de Mahara pedindo perdão. O agressor saiu da casa levando o tablet e o celular da vítima.

Velório e luto nas redes sociais

Quando a notícia da morte de Mahara se espalhou, Enio Ivan Bertoncello postou uma imagem com a palavra ‘luto’ nas redes sociais e recebeu condolências de alguns amigos. Ele foi ao velório da vítima e conversou por telefone com a equipe de jornalismo da RICTV Curitiba dizendo que estava muito abalado.

Depois da prisão, várias pessoas atacaram o suspeito no Facebook. “Assassino!”, publicou um internauta. Outro ainda questionou: “Te vi no velório com cara de triste (…) A vida vai dar o troco, te prepara”.

Arma do crime

O Corpo de Bombeiros realizou buscas na manhã desta segunda-feira (5) em uma região de matagal, próxima ao Zoológico de Curitiba. Foi lá que Enio afirma ter jogado a faca usada para matar Mahara e também a caixa de luvas que comprou para esconder as digitais. As luvas já foram localizadas e, segundo a polícia, servem para provar que o crime foi premeditado.

O celular e o tablet da estudante também estão sendo procurados no Canal Belém, também na região do Boqueirão.

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