Um ex-presidiário confessou que assassinou um casal de vizinhos brutalmente em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, nesta segunda-feira (13), porque os dois não gostavam dele e iriam denunciá-lo à polícia.
Segundo a Polícia Civil, Alzemir Borges dos Santos, de 35 anos, foi condenado a 30 anos de prisão por roubo e homicídio. No entanto, após cumprir 12 anos, teve direito a progressão de regime e foi inserido no programa de ressocialização. Ele matou novamente apenas quatro anos depois de ser solto.
“Eu perguntei ‘você conversava com eles diariamente’, ele falou ‘só uma vez eu falei com eles e senti que eles não gostavam de mim”, contou o delegado do caso.
Os assassinatos
O crime ocorreu na noite de segunda-feira, mas os corpos de João Divanir de Lima, de 67 anos, e Marli Kremer, de 52 anos, foram encontrados por uma familiar apenas no fim da manhã desta terça-feira (14).

Os dois foram mortos a golpes de facão dentro da propriedade em que viviam, uma casa simples na zona rural do município. A mulher estava no quintal com diversos ferimentos, enquanto o idoso foi localizado dentro da residência, com uma faca cravada no peito e também com várias perfurações. A polícia acredita que Marli viu o marido ser morto, quis escapar, mas não conseguiu.
Os três cachorros do casal também foram assassinados, possivelmente, porque tentaram defender as vítimas.
Motivação não está esclarecida
Alzemir, que trabalhava como caseiro em uma chácara nas proximidades da casa das vítimas, logo foi apontado como um dos suspeitos porque foi visto andando com a bicicleta de João.
De acordo com o delegado Ademair da Cruz Braga Junior, da delegacia de Polícia Civil de Fazenda Rio Grande, em depoimento, o suspeito confessou ter matado os vizinhos e os detalhes repassados por ele à polícia condizem com a cena do crime.
O homem declarou que cometeu os assassinatos porque teria um mandado de prisão em aberto e teve medo que as vítimas denunciassem seu paradeiro para a polícia, pois sabiam de seu passado.

A existência desse mandado de prisão ainda não foi confirmada e a motivação do crime não está clara para polícia, já que Alzemir poderia estar usando uma mentira para escapar da acusação de latrocínio. Uma vez que o casal teria recebido a aposentadoria há poucos dias e junto com Alzemir foram encontrados R$ 1400 em espécie.
“Tendo em vista que ele é egresso do sistema penal, segundo narra ele, ele estava com receio de que ele fosse entregue à polícia por ter contra ele um mandado de prisão expedido, o que ainda vai ser objeto de investigação pra ver se de fato ocorre”, pontuou o delegado.
Além disso, o delegado não descarta a possibilidade de que o assassino confesso possa apresentar algum tipo de doença mental. Tanto pela frieza com que narra os fatos, como pela falta de lógica ao explicar a motivação do crime. “Você percebe muita frieza, tranquilidade, no interrogatório dele, o que de fato já começa a fazer nascer no curso da investigação a necessidade de um exame psicológico. […] O que também chama atenção, óbvio, além da barbaridade, o número exacerbado de facadas, os instrumentos utilizados pela crueldade cometida, inclusive, contra os animais, é a motivação desse crime”.
Nos próximos dias, a polícia deverá ouvir testemunhas que possam apontar a quantia de dinheiro que as vítimas guardavam em casa, assim como identificar se outros objetos, além da bicicleta, foram levados.
*Com informações de Ricardo Vilches, da RIC Record TV