A execução de dois homens que ocorreu em um posto de combustíveis de Curitiba, na tarde desta quinta-feira (11), foi motivada por uma dívida referente a venda de pedras preciosas, na quantia de R$ 480 mil. (Assista entrevista abaixo)
De acordo com a delegada Tathiana Guzella, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), uma das vítimas, o advogado Igor Martinho Kalluf, de 40 anos, era responsável por cobrar o valor que um empresário devia a um ourives da capital paranaense. No entanto, o devedor, que foi preso na madrugada desta sexta-feira (12) e não teve seu nome divulgado, contratou três assassinos para acompanhá-lo na reunião de mediação.
“Essa dívida originariamente seria de R$ 480 mil, segundo informações do próprio credor. E quem devia essa conta é o mandante do crime. O mandante que contratou três atiradores, acredita-se na intenção primeira de efetuar esses disparos contra no mínimo a vítima Igor Kalluf, que era advogado. Igor estava cobrando esta conta a pedido de seu amigo que era o ourives, que tinha esse crédito perante o empresário que foi preso nesta madrugada na residência de sua mãe em São José dos Pinhais”, explicou Guzella à RIC Record TV.
O repasse das pedras preciosas foi feito no fim de 2019, mas até o momento, nenhuma forma de pagamento havia sido efetuada. Inclusive, a dívida envolvia também um ourives de São Paulo que vendeu as esmeraldas para o ourives da capital paranaense. Esperando receber o dinheiro e precisando pagar ao fornecedor, o homem resolveu buscar a ajuda de Igor, seu amigo pessoal.
Emboscada em posto de combustíveis
Ainda conforme a delegada, o empresário “não recebeu bem a cobrança” e chegou a discutir com o advogado um dia antes do crime, na quarta-feira (10). Foi então que os dois marcaram o encontro, no posto de combustíveis, para tratar pessoalmente do caso. Porém, o suspeito foi para a reunião acompanhado dos três homens armados que mataram as vítimas.
“Eles chegaram em cinco, sendo um deles o ourives que tenta proteger o Igor quando um dos atiradores, de camiseta de caveira, tira a arma. Nesse momento, o ourives se coloca na frente do Igor e fala ‘Olha, nós não precisamos levar a isso. Vamos se acalmar’. Em seguida, o atirador guarda a arma e nesse ínterim, é interessante que o mandante sai do balcão e dá um comando para os outros dois atiradores armados que estão no interior da loja de conveniência”, pontua a delegada.
Em depoimento, o empresário negou que contratou os homens para executar o advogado. Segundo seu relato, ele não sabia que os atiradores estavam armados e foi surpreendido pela ação.
Execução no posto de combustível
Além do advogado, seu amigo pessoal Henrique Mendes Neto, de 38 anos, também foi morto. Ambos foram vítimas de diversos disparos de armas de fogo. A investigação aponta que Henrique foi assassinado apenas porque acompanhava Igor.
Até o início da tarde desta quinta-feira, nenhum dos homens que aparecem atirando nas imagens, das câmeras de segurança do posto, foi preso. Eles já foram identificados , mas a polícia espera pela autorização da Justiça para cumprir os mandados de prisão.