Um homem, de 55 anos, que se apresentava como pai de santo, foi condenado a 39 anos, quatro meses e 28 dias de prisão, em regime fechado, pelos crimes de extorsão, violência sexual mediante fraude e tortura. Ele recebia as vítimas no bairro Pinheirinho, em Curitiba, e estava detido desde o dia 28 de agosto de 2020. A sentença foi dada pela Vara de Infrações Penais contra Crianças, Adolescentes e Idosos de Curitiba e o Ministério Público do Paraná (MPPR) foi notificado da decisão nesta sexta-feira (13).
De acordo com o MPPR, o homem usava a posição de liderança espiritual para cometer os crimes, que aconteciam durante os rituais na casa de oração que pertencia à ele. As vítimas eram coagidas a aceitar os abusos com ameaças de doenças ou mortes às suas famílias por suposta influência espiritual.
As investigações ainda mostraram que em algumas situações, o falso líder religioso afirmava estar incorporado de entidade espiritual e levava as vítimas para sala reservada, onde praticava atos de violência sexual. A denúncia do Ministério Público cita ainda outras práticas de tortura, como a submissão a castigos corporais com cortes em partes do corpo, obrigação de que a vítima mantivesse em suas mãos brasas incandescentes de carvão e agressões físicas. Ele também obrigava algumas pessoas atendidas a realizar consultas pagas semanalmente ao estabelecimento por ele mantido.
O MPPR informou que como consequência dos abusos algumas das vítimas desenvolveram quadros de depressão, síndrome do pânico, insônia e disfunções sexuais. Todas estão sendo acompanhadas pela rede de proteção. O processo tramita em segredo de justiça.