Curitiba - A família de Odara Victor Moreira, morta a facadas pelo ex-companheiro após uma suposta briga na casa em que viviam no bairro Portão, em Curitiba, não aceita a versão de que o suspeito, identificado como Lucas, agiu em legítima defesa. O homem relatou à Polícia Militar que os dois entraram em luta corporal na madrugada de sexta-feira (12) e, em certo momento, Odara teria pegado uma faca. Lucas disse que conseguiu tomar a faca de Odara, após ser ferido por ela.

Odara Moreira, morta a facadas pelo ex-marido, e a irmã dela, Deise Moreira.
Irmã de Odara, Deise Moreira diz que tese de legítima defesa do ex-marido dela não faz sentido. (Foto: Reprodução/Redes Sociais/Ric RECORD)

Odara morreu ainda no local. Foram identificadas ao menos quatro perfurações de faca no corpo dela. Já Lucas apresentava três perfurações, duas no abdômen e uma no braço. Ele foi socorrido e está internado no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, sob escolta policial.

“Não faz sentido”, disse a pedagoga Deise Moreira, irmã de Darinha, como ela era carinhosamente chamada no convívio familiar. “Darinha era uma menina pequena, e ele, enorme, alto, ela não ia conseguir fazer nada com ele”, completou Deise, que conversou com a reportagem da Ric RECORD.

Leia também: Dentista relata relacionamento abusivo que terminou em 12 horas de tortura em Pinhais

Segundo a família, Odara tinha um físico mais franzino, distribuído em 1,43 de altura. Já o ex-companheiro era, de fato, mais alto: 1,65. “A gente não consegue entender o que aconteceu. Nós não temos resposta para essa crueldade”, disse Kaleb, cunhado de Odara.

“A gente não odeia o Lucas, mas a gente é justo. Se foi tirada a vida da Odara de uma forma injusta, acho que ele precisa pagar também de uma maneira justa”, afirmou Kaleb.

Deise confirmou que a irmã e Lucas estavam separados, mas, em comum acordo, ainda viviam na mesma casa. Disse ainda que Odara em nenhum momento relatou episódios anteriores de agressão: “Eu perguntei para ela: ‘mas como vai ficar, vocês vão continuar morando juntos?’ Ela disse que sim, que ele tinha aceitado a separação”.

Os familiares contam que Darinha estava muito feliz nos últimos dias. Havia acabado de comprar um apartamento, fazia planos de se mudar, e tinha carro próprio. Era formada em Publicidade e Propaganda e trabalhava na APP-Sindicato, entidade que representa os professores estaduais.

Segundo Deise, ela assinaria os papéis da documentação do imóvel nesta segunda-feira (15), data em que ela completaria 29 anos de idade. “Hoje seria o ‘dia mundial da Odara’, como ela gostava de referenciar o aniversário dela. Uma menina que teve uma educação exemplar, ela conquistou tudo sozinha”, contou Kaleb. “Odara era uma menina trabalhadora, corria atrás dos sonhos dela. Meu pai está arrasado, a família inteira está muito arrasada”, afirmou a irmã.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui.

Sérgio Luis de Deus

Editor

Jornalista formado pela PUCPR com 25 anos de carreira. Especializado em política, economia e cotidiano. Pós-graduado em Sociologia Política pela UFPR e em Planejamento/Gestão de Negócios pela FAE

Jornalista formado pela PUCPR com 25 anos de carreira. Especializado em política, economia e cotidiano. Pós-graduado em Sociologia Política pela UFPR e em Planejamento/Gestão de Negócios pela FAE