Filha de socorrista suspeito de espancar e atirar contra ex defende pai: "tudo mentira"

por Daniela Borsuk
com informações de Marcelo Borges, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 15 out 2021, às 14h00.

Familiares do socorrista do Samu que foi preso por espancar e atirar contra a ex-esposa contestaram a versão dada pela vítima e defenderam o homem. Para a filha do socorrista, fruto de outro relacionamento, a história foi aumentada para retratar o pai como um monstro. O irmão do suspeito argumentou que ele está enfrentando problemas psicológicos, tomando calmantes e que teria tido um surto ao bater e tentar matar a ex-companheira, com quem ficou casado por 14 anos.

A situação foi registrada na madrugada desta quinta-feira (14). A Guarda Municipal foi acionada pela família da mulher e, ao chegar, teve que negociar com o suspeito para que ele entregasse a arma. O socorrista do Samu espancou a ex-esposa, a deixando com diversos hematomas, e atirou duas vezes contra ela, mas os disparos não a atingiram. A cena foi presenciada pelos dois filhos do ex-casal e o homem chegou a fazer uma chamada de vídeo para a ex-sogra, ameaçando matar a vítima.

Em entrevista para a equipe da RIC Record TV Curitiba, a vítima disse que foi o pior dia de sua vida e que estava em processo de separação com o ex-marido há dois anos, mas que ele não aceitava o fim do relacionamento. O irmão da mulher contou que o socorrista é um homem agressivo, que já teria batido na mãe da ex-esposa e que tinha um ciúmes possessivo da mulher.  “Ciúmes possessivo, possessivo mesmo, coisa fora do normal, minha irmã não pode estudar, não pôde desde que ela se uniu a ele, ela não pôde estudar, ele prestou concurso, faz faculdade, a vida dele não parou, a dela teve que ser parada”, contou o irmão da vítima.

Em um áudio entregue à polícia, que teria sido enviado pelo suspeito, o socorrista ameaçava a ex-companheira para que ela não o denunciasse por violência doméstica. “Se ela fizer alguma medida protetiva contra mim, e se eu souber que ela fez alguma coisa para me ferr** no concurso, aí a conversa vai ser diferente”, disse o socorrista, se referindo a um concurso para trabalhar como Guarda Municipal de uma cidade da Região Metropolitana de Curitiba.

No entanto, os familiares do socorrista afirmam que a história não foi bem assim.

“Em relação a acusação de cárcere, como se ela estivesse presa dentro da residência, em relação a ela não poder trabalhar, não poder sair, tudo mentira, eles aumentaram uma história para deixar o meu pai como monstro, sendo que ele nunca foi isso, nem como pai e nem como profissional”, pontuou a filha do socorrista, de 18 anos, fruto de outro relacionamento do homem. “Comigo sempre foi a base de conversa, ele falou para mim que conversa era o principal na relação com os filhos”.

O irmão do socorrista disse que o homem estava passando por problemas psicológicos e que tudo teria acontecido em meio a um surto.

“Tomando medicamentos, calmantes, remédios para dormir. O que ele teve, pelo que eu percebi, foi um surto, ocasionado por alguma briga, alguma coisa que eu não sei ao certo, mas o que a gente quer é que tudo seja julgado de maneira correta”.

disse o irmão.

“Claro que o que ele fez é deplorável, o que ele fez, agrediu a esposa, em um momento de surto, um momento de raiva, tudo o que aconteceu, a gente não concorda com isso, ele sabe que ele errou, ele também não concorda com isso. Mas isso não é motivo para a gente falar que toda a vida dele é uma vida errada, uma vida de crime, que ele é um bandido, um estuprador, ele não é isso”, finalizou o irmão.

O socorrista segue detido e responde por tentativa de feminicídio.