Os dois filhos de Valdinéia Soares Pereira, um de 6 e outro de 9 anos, viram a mãe ser morta a tiros pelo pai, o advogado Michael Gonçalves Barreto, na segunda-feira (6) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e agora não param de repetir que o “pai matou a mãe”. A informação foi confirmada por familiares da vítima nesta terça-feira (7) durante o sepultamento.
“A gente não tem nem o que falar numa hora dessas. Ficou os dois menininhos, hoje eles só falam na mão deles. O dia inteiro só falando da mãe, que o pai tinha matado a própria mãe. Eles viram tudo a cena. Ainda a hora que ele saiu, um dos meninos estava na porta e ele empurrou o menino”, diz Sérgio, um dos irmão de Valdinéia.
Valdineia e Michael foram casados por aproximadamente 10 anos e estavam separados há pelo menos um ano. Por volta do meio-dia de segunda, ele foi até a casa onde ela vivia com os filhos e depois de discutir com a mulher do portão, invadiu o local e efetuou entre cinco e seis disparos de arma de fogo contra ela. Ele fugiu do local, mas se apresentou na delegacia horas mais tarde.
Por ter sido ameaçada inúmeras vezes, a vítima possuía uma medida protetiva contra o ex-marido e havia instalado um aplicativo para pedir socorro quando ele se aproximasse. Conforme o relato de um dos filhos, não houve tempo para o pedido, quando a mãe ia apertar o botão de socorro, o advogado atirou.
À polícia, Michael relatou que a discussão foi porque a mulher não deixava ele ver os filhos e que os disparos foram acidentais. No entanto, a família de Valdinéia nega que o suspeito não pudesse ver as crianças e o delegado responsável pela investigação, por sua vez, rechaçou a hipótese dos tiros não intencionais.
“Os dois começaram a discutir e ela veio até a porta da frente da casa, nessa discussão, ela entrou, ele foi atrás e ele simplesmente sacou a arma, uma pistola calibre 380, e fez os disparos contra ela. […] Ele falou que quando puxou a arma a arma já disparou, mas eu estive no local e verifiquei que isso não condiz com a verdade porque ela foi alvejada na parte anterior e também na parte posterior do tórax”, explica o delegado Hermínio de Paula.
Além disso, informações apuradas pela RIC Record TV, apontam que a discussão entre o ex-casal ocorreu porque o advogado estava com ciúmes depois que a mulher declarou estar em um novo relacionamento.

O irmão de Valdinéia também faz questão de relatar que o casamento dos dois sempre foi complicado e que o ex-cunhado chegou a bater na esposa quando ela estava grávida do segundo filho.
“Uma vez lá na casa da minha mãe, quando ela estava para ganhar o segundo menino. Eles estavam separados na época e ela foi lá para Joinville para ganhar o menino. Isso foi em 2013. Ele fez uma agressão que se não fosse a minha irmã Célia chegar, ele tinha matado ela estrangulada. Mas porque ela gostava dele, depois de um tempo ela voltou para Curitiba e ficou até dia 19 de fevereiro morando com ele”, lembra.
João, casado com uma irmã de Valdinéia, finaliza:
“Ele não pode ficar solto, ele matou uma mãe e deixou os dois filhos em cima do sangue dela. Os pratinhos de comida ficaram pela metade. Como que pode um pai chegar e fazer isso: Na frente dos filhos? Quem vai consolar a mãe que está lá ajoelhada do lado do caixão e não querem deixar abrir”.
O advogado foi preso em flagrante e está preso à disposição da Justiça. A guarda das crianças foi passada temporariamente para os familiares da cabeleireira.