"Foi muito digno o que ela fez", diz mãe de mulher assassinada dentro de ônibus
“Acho que não caiu a ficha ainda”. A frase de Eloá Mantovani, mãe de Samantha Mantovani Muniz, que foi barbaramente assassinada dentro de um ônibus biarticulado no bairro do Mossunguê, em Curitiba, na quinta-feira (24), resume a surpresa e indignação das familiares com a morte precoce da mulher que queria ser cantora.
Bastante abalada, a mãe da vítima conversou com a equipe do Balanço Geral Curitiba e contou como ficou sabendo do crime após algumas horas de agonia por não ter notícias da filha.
“Eu fiquei ligando a tarde toda, ‘cadê você? Cadê você? Porque você não chegou em casa?’ E o telefone dava ocupado e depois não atendia mais. Eu fiquei sabendo só lá por sete horas da noite porque um amigo perguntou ‘como vocês estão?’ E depois ele falou assim: ‘então a reportagem que eu vi procede?’ Daí eu fiquei, caramba, o tio dela perguntando como está a Samantha, o primo dela perguntando, a amiga perguntando. E eu fiquei… porque estão perguntando? O que que aconteceu? E aí…”,
contou Eloá, emocionada
Após saber mais detalhes da forma como ocorreu o crime, Eloá reconheceu na ação de tentar interferir em uma briga o perfil da filha, que não tolerava injustiças e desentendimentos.
“Eu acho que foi muito digno o que ela fez. Eu acho que a gente precisa de pessoas corajosas assim nos nossos dias”,
destaca
Eloá conta que chegou a aconselhar a filha a se envolver menos em questões de outras pessoas, mas que isso era da natureza do comportamento de Samantha.
“Eu falava pra ela, ‘às vezes você interfere demais, você quer ajudar a pessoa, mas depende da pessoa querer ser ajudada.’ Eu nunca imaginei que ia acontecer isso. Tinha acontecido na semana passada dela tentar ajudar uma pessoa e de repente acabou se dando mal, perdeu um amigo, perdeu uma amizade. E eu falei: ‘você deve pensar mais em você'”, complementa.