Um homem procurado pela Justiça de São Paulo desde 2007, pelo crime de homicídio, foi preso na Academia da Polícia Civil da capital paulista no momento em que realizaria a prova oral do concurso para o cargo de investigador de polícia. Para chegar a esta etapa, o homem, identificado como Cristiano Rodrigo da Silva, de 40 anos, foi aprovado em outras duas fases do concurso. Uma delas a da investigação social, que examina os antecedentes do candidato. A prisão ocorreu na última segunda-feira (10).

sede da Academia de Polícia da Polícia Civil de São Paulo
Candidato foi aprovado em duas fases do concurso antes de ser preso (Foto: PCSP)

Em nota, a Polícia Civil de São Paulo (PCSP) afirmou que, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a investigação social não pode ser usada para excluir um candidato de processo seletivo, a não ser no caso de a pessoa ter contra si sentença condenatória transitada em julgado (sem possibilidade de recurso), o que não era o caso de Silva.

No entanto, a PCSP afirma que, assim que foi “identificada na análise social a existência de mandado de prisão contra o candidato, ele foi preso, ficando impedido de realizar a etapa seguinte, o que resultou na desclassificação”, diz a nota.

Candidato era procurado por morte de pizzaiolo

Conforme o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no mesmo dia a Polícia Civil comunicou o cumprimento do mandado de prisão contra o foragido. Ele passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) e foi levado para uma unidade prisional. O sentenciado passou por audiência de custódia na quinta-feira (13) e teve a prisão mantida.

Silva foi acusado de matar o funcionário de uma pizzaria no bairro Cidade Líder, na zona leste da capital, em novembro de 2006. Conforme a investigação, a dupla usou um automóvel Gol caracterizado como viatura da PCSP, nas cores preto e branco, e se apresentou na pizzaria onde estava a vítima como se fossem investigadores do 46.º Distrito Policial, em Perus. O homem foi encontrado morto, com um tiro na cabeça, em Mairiporã, na Grande São Paulo. Depois da execução, o veículo da vítima foi levado e incendiado em Guarulhos. Ainda de acordo com a polícia, a falsa viatura foi encontrada em um estacionamento alugado em nome do comparsa.

Prisão preventiva foi decretada há 18 anos

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de Silva em 2007. No entanto, ele não se apresentou para responder ao processo e foi considerado foragido. Ele havia sido denunciado pelo Ministério Público pelo crime de latrocínio, além de falsidade ideológica por se passar por policial. Seu comparsa foi julgado e condenado. Conforme consta do processo, no ano passado, a defesa de Silva entrou com pedido de revogação da prisão preventiva, mas o pedido foi negado pelo juízo de Mairiporã.

Na edição do Diário Oficial do Estado de São Paulo de 27 de dezembro de 2024 consta que Silva estava inscrito no Concurso nº 002 da Polícia Civil com o número de inscrição 53437799. A publicação torna pública a relação dos “candidatos aprovados na fase de comprovação de idoneidade e conduta escorreita mediante investigação social”, nos termos do edital.

Nesta etapa, os candidatos passam por uma investigação social que busca “identificar condutas inadequadas e reprováveis” do candidato “nos mais diversos aspectos da vida em sociedade, incompatíveis com o exercício da função de investigador de Polícia”, segundo o edital. O nome de Silva está na lista de aprovados. Ele chegou a essa fase, após passar na prova escrita do concurso.

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perfil Luciano Balarotti
Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.