Secretário de saúde de Curitiba prestou esclarecimentos sobre o caso na Câmara Municipal
Quatro funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Fazendinha envolvidos na morte da paciente Maria da Luz Chagas dos Santos, ocorrida na última terça-feira (23), foram afastados temporariamente de suas funções. A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira (29) pelo secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Curitiba para esclarecimentos sobre o caso. “Não há justificativa para um profissional de saúde omitir socorro diante de uma emergência”, afirmou o secretário.
Segundo Massuda, diante dos indícios de omissão de socorro, os profissionais envolvidos na ocorrência foram direcionados para atividades administrativas enquanto durarem as investigações da comissão de apuração preliminar dos acontecimentos, relativos ao atendimento prestado na UPA. Os quatro profissionais são da área de enfermagem – dois enfermeiros e dois auxiliares de enfermagem.
A comissão tem um prazo de 30 dias para emitir um relatório conclusivo, contados a partir do dia 25 de junho – data em que foi publicada a portaria que institui a comissão. Os quatro profissionais serão afastados oficialmente a partir desta segunda-feira (29). Entretanto, nenhum deles entrou na escala de trabalho da UPA desde a data do episódio envolvendo a paciente Maria da Luz.
“Instrução é atender”
Durante seu pronunciamento em plenário, Massuda relatou que a Prefeitura de Curitiba já havia solicitado ao Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren) uma instrução para casos de emergência. “Em agosto de 2013, o Coren confirmou que é dever de todo o profissional de enfermagem a prestação de socorro em situação de emergência. O acionamento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) não desobriga do atendimento, a não ser que apresente risco pessoal ou a outro paciente”, disse o secretário da Saúde.
Polícia Civil abre inquérito
A Polícia Civil irá abrir um inquérito para investigar a morte de Maria da Luz das Chagas dos Santos. De acordo com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), será apurado se houve negligência por parte dos funcionários da unidade de saúde.
O caso
Maria da Luz das Chagas dos Santos procurou atendimento por volta das 19h na Unidade de Pronto Atendimento do Fazendinha (UPA) se queixando de fortes dores no peito e na nuca. Chegando ao local, a vítima precisou aguardar por mais de três horas por atendimento e faleceu na calçada, ao lado do marido, no momento em que os dois caminhavam até uma farmácia para comprar algum medicamento que aliviasse a dor.