Gegê estaria desviando recursos dos negócios em nome da facção criminosa para usufruir de uma vida de luxo (Foto: Gegê do Mangue foi morto por gerente de Marcola Divulgação / SAP)

Gegê do Mangue estaria sendo punido por desviar dinheiro das operações que comandava pela facção

*Do R7

Um bilhete encontrado na Penitenciária de Presidente Venceslau 2, a 600 quilômetros de São Paulo, diz que Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, foi o autor da morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue. Fuminho é gerente do Marcola, o número um do PCC (Primeiro Comando da Capital).

De acordo com o bilhete, o motivo do assassinato do Gegê do Mangue é que ele estaria sendo punido por desviar dinheiro das operações que comandava pela facção. Junto com Gegê, o comparsa Fabiano Alves de Souza, o Paca, também foi morto.

“Ontem fomos chamados em uma ideia, aonde nosso Cabelo Duro ficou ciente que o Fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive, o Cabelo Duro e mais alguns irmãos são prova que estavam roubando”, diz o bilhete, descoberto na saída da visita, no domingo (18).

Bilhete encontrado em cadeia no interior de SP
Bilhete encontrado em cadeia no interior de SP Reprodução

Gegê estaria desviando recursos dos negócios em nome da facção criminosa para usufruir de uma vida de luxo e de que havia comprado carros, imóveis e joias — algumas teriam sido encontradas com o corpo dele.

Entenda o caso

Gegê do Mangue, maior liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas ruas, foi assassinado em uma suposta emboscada na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Com Gegê, também foi encontrado morto o Paca.

O Ministério Público do Estado de São Paulo suspeita que o crime tenha sido motivado por disputas internas da facção. 

As mortes teriam ocorrido na madrugada de sexta-feira (16) e os corpos foram encontrados na manhã seguinte. Testemunhas relataram à polícia cearense que um helicóptero pousou na região e logo depois foram ouvidos uma sequência de disparos. Investigadores paulistas acreditam que tenha sido montada uma emboscada contra Gegê e Paca.

Milhões

O tráfico internacional de drogas na Bolívia e no Paraguai estaria rendendo ao Gegê do Mangue e ao comparsa Paca lucros entre R$ 20 milhões e R$ 40 milhões por mês.

Além de abastecerem as chamadas “biqueiras” na Grande São Paulo, Gegê e Paca atuavam também no comando do tráfico de drogas além das fronteiras. Investigações apontam que o que teria dado errado no caso de Gegê, e incomodado o líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, seria a mistura dos negócios particulares com os da organização.

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