Três manifestantes foram atingidos por tiros de bala de borracha durante os protestos da greve geral que ocorreram nesta sexta-feira (14). A ocorrência foi registrada em Araucária, região metropolitana de Curitiba, onde aproximadamente mil pessoas, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-PR), se concentravam na BR-426, conhecida como rodovia do Xisto.
Entre os atingidos, um dos integrantes do MST-PR levou um tiro no rosto e está hospitalizado. Segundo informações do movimento, o disparo teria sido realizado pela Guarda Municipal de Araucária.
Manifestante leva tiro durante greve geral
Sandro de Lima, de 44 anos, foi atingido por um tiro de bala de borracha no rosto durante os protestos na manhã desta sexta-feira (14). O integrante do MST-PR estava próximo a entrada da Repar (Refinaria Getúlio Vargas). Após ser baleado, o homem foi encaminhado ao hospital.
Durante os protestos, parte da rodovia do Xisto foi interditada por manifestantes. Segundo o MST-PR, que repudiou a violência, os disparos foram realizados no momento em que o grupo de pessoas se retirava do local.
Outras duas pessoas também foram atingidas por tiros de bala de borracha.
MST-PR repudia ação da Guarda Municipal
Por meio de nota, o MST-PR repudiou a atitude da Guarda Municipal de Araucária durante os protestos desta sexta-feira (14). O movimento classificou a ação como um “ataque covarde e criminoso contra trabalhadores em seu direito à greve”.
Confira a nota na íntegra:
Durante a Greve Geral, do dia 14 de junho, trabalhadores foram violentamente atacados pela Guarda Municipal na rodovia federal BR 426 (do Xisto), em Araucária, região Metropolitana de Curitiba (PR). O ataque ocorreu a cerca de 1 km das unidades da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), ambas da Petrobras, onde ocorria a mobilização.
Como parte dos protestos da Greve Geral, houve um trancamento parcial da rodovia do Xisto. Impedidos pelo aparato policial de trancar a via, os trabalhadores se retiravam do local quando foram atacados pela Guarda com tiros de bala de borracha, o que caracteriza o ataque como covarde e criminoso contra trabalhadores em seu direito à greve. Os tiros acertaram três pessoas, entre eles um companheiro do MST, atingido com uma bala de borracha no rosto. O ferido encontra-se hospitalizado.
A repressão atenta contra a democracia e o direito de greve. A Rodovia Federal BR 426, está sob jurisdição da Polícia Rodoviária Federal, no entanto os tiros foram disparados pela Guarda Municipal de Araucária, agravando a situação, uma vez que não compete a uma guarda municipal atuar em área federal.
A responsabilidade pelo ataque violento é do Secretário de Segurança pública, Antônio João Franceschi Neto, e do Prefeito de Araucária, Hissam Hussein Dehain (PPS), que precisam ser responsabilizados pela ação.
Nós trabalhadores, neste momento político em que o Estado tenta retirar direitos mínimos conquistados pela classe trabalhadora, lutaremos pelo direito à aposentadoria, à educação pública e pela soberania nacional.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Frente Brasil Popular, Sindipetro, Sindiquímica, professores e caminhoneiros que participavam da atividade repudiam qualquer ataque contra a classe trabalhadora.
Repudiamos a opressão policial contra trabalhadores, denunciaremos qualquer violência contra aqueles que lutam por direitos.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-PR)
Araucária (PR), 14 de junho de 2019.