
Ônibus e carros foram incendiados no Rio; Curitiba ficou sem ônibus e com longa espera por transporte privado
A greve geral de hoje (28), que teve como alvos as reformas trabalhista e da Previdência, registrou confrontos entre manifestantes e polícia em diversos pontos pelo país, especialmente no Rio de Janeiro.
Manifestantes e não-manifestantes também entraram em confronto. No km 149 da Via Dutra, na altura de São José dos Campos (SP), um motorista jogou o carro em cima de dois grevistas, foi perseguido pela polícia e acabou preso. No Rio Grande do Norte, um advogado que não estava protestando, apenas fazendo exercício físico, levou um tiro de um homem que estava de carro, furou um bloqueio e efetuou disparos.
Este vídeo, por sua vez, mostra manifestantes quebrando orelhões.
Neste outro, os manifestantes mandam o dono de uma farmácia fechá-la. Um grevista com um microfone ordena que os outros batam no vidro. Diversos outros casos de turbulência causada por manifestantes foram registrados.
Curitiba sem ônibus
As principais capitais do país ficaram com transporte público restrito ou nenhum. Em Curitiba, os pontos de ônibus e o terminal do Guadalupe esvaziaram, e a espera por táxi chegava a demorar mais de uma hora.
Na capital paranaense, assim como no Rio de Janeiro, em Vitória e outras capitais brasileiras, usuários reclamaram da subida repentina dos preços do Uber. A justificativa oficial do aplicativo foi que a variação dos valores “pode ser consequência do preço dinâmico do serviço, aplicado quando a demanda por carros aumenta”.
São Paulo ficou sem ônibus e trens, e o metrô funcionou parcialmente.
No Rio, pelo menos nove ônibus foram incendiados na região da Lapa e Passeio. Em alguns casos, os ônibus estavam enfileirados e o fogo se alastrou de um veículo para o outro. Ainda na Lapa, manifestantes incendiaram um ônibus em frente à Sala Cecília Meirelles, onde músicos da Orquestra Sinfônica Petrobras estavam ensaiando. Músicos, o diretor da sala, o pianista Miguel Proença e outros funcionários ficaram presos no local, esperando a situação se acalmar.
Casa de Temer
Manifestantes atearam fogo em um canteiro próximo à barreira montada em frente à casa do presidente Michel Temer, na Praça Panamericana, bairro de Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A Força Tática da Polícia Militar isolou toda a área.
Aos gritos de “Fora Temer”, um carro de som convocava os manifestantes a seguirem até a barreira para colocarem uma bandeira do movimento e dar o fim simbólico ao ato.
A Polícia Militar dispersou com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo os manifestantes que cercavam a Praça Panamericana. Algumas pessoas se armavam com pedras e pedaços de pau para revidar o ataque da PM.
Enquanto lideranças sindicais consideraram o dia de greve geral “muito bem-sucedido, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, a avaliou como “fracasso”, ressaltando que a adesão foi baixa.