Antônio Sidinei da Silva Miranda, suspeito de matar a ex-companheira Luanda Gardino, se apresentou na delegacia e confessou o crime para a polícia na última quarta-feira (1º). A equipe da RIC Record TV Curitiba teve acesso, com exclusividade, ao depoimento do homem, que contou tudo o que aconteceu na noite de 18 de agosto deste ano. Conforme o suspeito, ele ficou nervoso por acreditar que a vítima estava mandando mensagens para outro homem. O corpo de Luanda foi encontrado pelo genro na manhã seguinte, após a mulher não atender as ligações da filha. De acordo com o laudo pericial, a vítima foi morta estrangulada.
No depoimento, Antônio diz que após brigas por discordarem de assuntos relacionados à uma das filhas de Luanda, ela teria saído de casa e alugado uma residência para viver sozinha no início do ano. O homem afirma que depois de algum tempo, eles voltaram a se relacionar, mas que Luanda continuou morando na própria casa, no bairro Roça Grande, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. No dia 18, ele teria ido até a residência dela, onde fizeram um lanche e ficaram conversando. No entanto, o homem teria se incomodado pois a vítima estava mexendo no celular, o que acabou iniciando uma discussão.
“A gente sentou para conversar e, no conversar, ela não parava de mexer no celular e começou a se alterar comigo, começou a me mandar embora, daí eu fui e perguntei para ela o porquê que ela tava alterada. Aí primeiro ela me deu um empurrão, falou que era para eu ir para a minha casa, eu só voltei a perguntar o porquê, foi quando ela levantou de volta, a gente estava no quarto, sentado na cama, foi quando ela veio me empurrar de volta, ela pegou o celular, não sei o que ela tinha na mão, e veio para cima de mim, quando ela veio eu só lembro que eu segurei ela pelo pescoço, eu fui me defender dela e segurei ela pelo pescoço. Depois disso, eu lembro que eu sentei com ela na cama e não lembro de mais nada”.
disse Antônio em depoimento.
Ao ser questionado sobre o que aconteceu após Antônio apertar o pescoço da ex-companheira, ele afirmou que não se lembra ao certo, mas que ela tentou se soltar dos braços do homem, sem sucesso.
“Ela simplesmente tentou soltar as minhas mãos só, ela pegou nas minhas mãos e tentou soltar, mas foi porque eu perguntei para ela se ela tava mandando mensagem para outro homem, como eu já tinha visto antes, ela se alterou mais ainda, foi quando ela veio para cima de mim e falou para mim que se ela tinha problema com outro homem, se ela tava tendo caso com outros homens, não era problema meu, que ela não devia satisfação nenhuma para mim, e que eu tinha que sair de perto dela e ela tinha que resolver a vida dela, independente de estar comigo ou estar com outro, ela tinha que resolver a vida dela. Aí meu sangue subiu.”
contou o suspeito.
Assista ao depoimento:
Antônio ainda relatou que, ao ouvir de Luanda que ela não devia satisfações para ele, ficou descontrolado. “Na hora que ela falou que tava com outro, eu fiquei cego”, disse ele. O suspeito afirmou que não se lembra como chegou em casa e que só “voltou a si” quando estava no banho. Depois, ligou para a tia para pedir ajuda, pois acreditava que a vítima iria acordar e ligar para a polícia.
O suspeito não foi localizado durante quase duas semanas, até que resolveu se apresentar na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, acompanhado do advogado, Ronaldo Tszesnioski, e confessar o crime. Os familiares de Luanda relataram que Antônio não aceitava o fim do relacionamento, que sempre havia discutido por coisas pequenas e que tinha ciúmes extremos da mulher.
Atualização
Antônio Sidinei foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária na última sexta-feira (3), suspeito de feminicídio. Em nota, o advogado de Antônio, Ronaldo Tszesnioski afirmou que a defesa recebeu com surpresa a informação sobre a prisão. Veja na íntegra:
“A defesa técnica do Sr. Antonio Sidinei da Silva Miranda informa que recebeu com surpresa a informação acerca da prisão temporária, decretada na última sexta-feira, 03/03/2021, em razão do inquérito policial que investiga as circunstâncias do suposto feminicídio. Por fim, esclarece que as medidas legais cabíveis já estão sendo tomadas para reestabelecer sua liberdade, tendo em vista que ele não faz do crime o seu meio de vida e preenche todos os requisitos legais para responder ao processo em liberdade.”