
Vítima foi atingida por um tiro no pescoço e socorrida em estado grave; uma mulher que estava no acampamento pró-Lula também ficou ferida
O acampamento de manifestantes favoráveis ao ex-presidente Lula, na Rua João Wislinki, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, foi atacado com tiros foram na madrugada deste sábado (28). Segundo a comunicação do acampamento, um homem foi baleado no pescoço e foi internado em estado grave ao Hospital do Trabalhador. Ele está internado na UTI, mas não corre risco de morte.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, um indivíduo a pé efetuou disparos de arma de fogo no local. Um tiro também acertou um banheiro químico e os estilhaços feriram, sem gravidade, uma mulher no ombro.
Em imagens feitas por integrantes do acampamento e transmitidas, ao vivo, na página do Facebook do movimento “Nova Militância Brasil”, é possível ouvir várias rajadas de tiros e ver o desespero das pessoas acampadas no local.
Assista:
Na manhã deste sábado, a avenida Mascarenha de Morais, no bairro Santa Candida, foi fechada por manifestantes, mas já foi liberada.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, usou sua conta no Twitter para falar sobre o episódio, que, segundo ela, foi um atentado contra o campamento. A vítima, segundo ela, chama-se Jeferson e é morador de São Paulo. Representantes do acampamento dizem que duas pessoas ficaram feridas.
Peritos da Polícia Cientifica do Paraná, policiais militares e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, estiveram no local. Foram recolhidas cápsulas de pistola 9 mm. Foi aberto um inquérito para apurar o caso.
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato, está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), que fica no Santa Cândida, desde o dia 7 de abril.
A vigília Lula Livre emitiu uma nota em repúdio ao ocorrido. Leia a íntegra abaixo:
“A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço.
A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!
No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.
‘Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador’, enfatiza Dr Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.
Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.
Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.
Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas”


