Rodrigo Bairo Ferreira, de 35 anos, encontrado morto na BR-116 quatro dias depois de ter fugindo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Fazendinha, em Curitiba, está sendo velado nesta quarta-feira (4) na casa da família em Santa Felicidade.
No local, familiares se declaram inconformados com o fato do jovem – que estava internado porque sofria de problemas psiquiátricos – ter escapado duas vezes da unidade de saúde.
“Eu não aceito isso, teve muita falha. A UPA não prestou socorro na segurança. O meu filho saiu da UPA, mas ninguém da família foi comunicado para que pudéssemos ficar ao lado dele, não deixar ele sozinho. Como que não avisam? Ele é uma pessoa que precisava do apoio da família e atenção máxima da UPA. Eu acho que foi uma injustiça”, desabafa o pai, Francisco Ferreira .
Entenda
Rodrigo foi internado na última sexta-feira (28) por não ter utilizado medicamentos de uso contínuo. Em surto psicótico, logo no primeiro dia, ele fugiu e foi resgatado por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No sábado (29), houve nova fuga e dessa vez ele desapareceu.
O paciente chegou a ser filmado enquanto passava pela Cidade Industrial de Curitiba e pelo bairro Umbará, ainda no sábado, vestindo apenas uma fralda e com vários equipamentos médicos presos ao corpo. No vídeo, divulgado em redes sociais, é possível ouvir que ele pede ajuda para voltar para casa.
Na terça-feira (3), familiares chegaram a fazer um apelo no programa Balanço Geral Curitiba, da RIC Record TV, para que a população ajudasse localizá-lo. No entanto, horas mais tarde, foram informados de que um corpo encontrado pela manhã em um canteiro da BR-116, no trecho conhecido como Contorno Leste, era do homem que estava desaparecido.
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De acordo com a delegada Camila Cecconello, a polícia espera pelo resultado dos laudos para saber a causa mortis de Rodrigo. “Segundo os peritos que estiveram no local, as lesões provocadas podem ser compatíveis com atropelamento, porém, os exames estão sendo realizados e ainda não temos esse laudo conclusivo. Então, nós aguardamos o laudo para saber se foi um atropelamento ou um homicídio”, pontua.
Além disso, investigadores estão em busca de pessoas que viram o homem pela cidade antes de ele ser encontrado morto. Até o momento, já se sabe que ele chegou a tentar em entrar em uma residência para solicitar auxílio e pedir carona no bairro Umbará.
O que diz a Secretaria de Saúde
De acordo com Pedro Henrique Almeida, Diretor do Departamento de Urgências e Emergências da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, uma sindicância foi aberta para apurar como o paciente conseguiu fugir duas vezes da UPA.
“A Secretaria Municipal de Saúde expressa sua consternação pelo acontecido e, justamente, para a gente entender o que aconteceu e responder as perguntas, tanto da família e da sociedade, como para nós entendermos. […] O que nós sabemos é o que família também sabe, que houve duas evasões do paciente, mas nós queremos saber em quais circunstâncias que isso aconteceu, porque a UPA tem segurança 24h, tem profissionais médicos e de enfermagem 24h”, explica.
Ainda conforme o diretor, somente a sindicância poderá apontar se funcionários deverão ser responsabilizados.“O processo de sindicância tem o papel de identificar se há processos que possam ser melhorados, estruturas que possam ser aprimoradas ou responsabilidades individuais. Individuais pode ser de todo mundo que prestou assistência desde a equipe médica, de enfermagem, da equipe de segurança”,
Assista à entrevista de Pedro Henrique Almeida:
