Um homem de 50 anos morreu no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, na noite do último sábado (21). Osmaquir Weiber perdeu a vida uma semana após receber alta médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição de saúde. 

Segundo familiares do pedreiro, no início do mês, ele foi internado depois de ser brutalmente agredido por um vizinho dentro da própria residência. Alguns dias depois, no entanto, foi liberado para voltar para casa, mas posteriormente passou mal e precisou ser novamente hospitalizado por apresentar dor de cabeça, dor na nuca e vômito.

Durante o segundo internamento, foram feitos exames de Covid-19 e pneumonia. Ambos deram negativo, contudo, Osmaquir sofreu uma piora, precisou ser intubado, foi novamente transferido para uma UTI e não resistiu.

“Só que foi feito os exames e não deu nada. Foram falar, ligaram para minha irmã e para a mulher dele. Quando eles foram lá no hospital, falaram que o cérebro do meu irmão estava parando. Foi quando o meu irmão ficou ligado só pelos aparelhos, quando foi agora sábado, eles desligaram os aparelhos porque o cérebro dele tinha morrido”,

conta Ivone Weiber. 

A irmã acredita que Osmaquir tenha sido liberado do hospital sem estar totalmente recuperado das lesões na cabeça. “Tinha que ter ficado lá ao menos uma semana em recuperação, com os médicos cuidando. Mandaram o meu irmão grave para casa e ele não aguentou. Ele estava todo machucado, ferido, ele tinha lesão na cabeça dele. Ele estava com hemorragia na cabeça, diz no laudo”, explica a mulher. 

A família que até então lutava para que o autor das agressões fosse responsabilizado pelo crime, promete que agora também irá cobrar a responsabilização dos médicos que deram alta médica para o pedreiro. “Se eles são médicos, eles sabem como salvar uma vida, eles sabem como fazer uma cirurgia. Nós não sabemos, mas eles sabem. Por que eles liberaram o meu irmão, se eles sabiam que o estado dele era grave? Não tinha que ter liberado ele para casa. Tinha que deixar no hospital. Hospital não é para isso? Para salvar vidas?”, desabafa Ivone. 

Agressões do vizinho

De acordo com testemunhas, Osmaquir foi agredido pelo vizinho Antônio Jardel Rodrigues durante uma bebedeira. Na ocasião, o pedreiro teria partido com uma faca para cima do amigo por ciúmes de sua esposa. Mas apesar de estar armado, ele acabou espancado. 

“Fiquei sabendo que ele [suspeito] pisava no rosto dele [vítima]. É doído, sabe. Você como irmã saber que alguém está ali machucando o seu irmão e você não poder ajudar, tentar acudir ele. É uma dor profunda”,

diz Ivone. 

A RIC Record TV entrou em contato com Antônio Jardel. Por telefone, ele afirmou que nunca teve a intenção de matar Osmaquir e disse que a briga iniciou depois que a companheira do vizinho se aproximou dele

“Ela não mexeu comigo, por estar muito embriagada, sem poder caminhar, ela simplesmente encostou em mim, mas creio eu que sem querer”,

disse o suspeito, que afirma não ter nenhum tipo de relacionamento com a esposa da vítima. 

Ainda conforme Antônio, ele pretende se apresentar à polícia para esclarecer a situação e só não compareceu ainda na delegacia por medo, já que estaria sendo ameaçado. “Agora, eu vou ter que me apresentar porque agora é tipo um homicídio. Vou ter que me apresentar para explicar que não foi um homicídio, foi uma defesa. Ele pulou em mim com a faca. [..] Eu não fui pelo fato de estar sendo ameaçado, pelas mensagens que me mandaram”.

Por fim, Antônio se diz arrependido pelas agressões feitas contra o amigo. “Me arrependo com certeza. Ele era um cara igual eu, trabalhador, pai de família. Não tem como não se arrepender”, completa.  

Emocionada, Ivone declara que irá lutar para que a justiça seja feita e que a morte do irmão não fique impune:

“Meu irmão era um homem trabalhador, honesto, saia todo dia de manhã cedo, passava em frente a minha casa com a mochilinha nas costas. Com geada, frio, tudo, para trabalhar e trazer o pãozinho de cada dia para os filhinhos dele. Eu falei com Deus, se Deus trocasse a vida dele pela minha, eu trocaria, eu daria minha vida para ele vir criar os filhos dele”,

finaliza.