Homem que atropelou e matou ex-esposa vai a júri popular em São Mateus do Sul

Publicado em 5 out 2021, às 18h22. Atualizado às 18h24.

Após ser adiado por três vezes devido a pandemia de Covid-19, o júri popular de Alisson Ferraz Barbosa, acusado pelo assassinato da ex-esposa Elza Ribeiro Micharski, de 22 anos, irá ocorrer no dia 21 outubro em São Mateus do Sul, na região sul do Paraná. 

Alisson foi indiciado, pelo Ministério Público do Paraná (MP/PR), pelo crime de homicídio com quatro qualificadoras. São elas: motivo torpe, meio cruel, resurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Em nota, o advogado Igor José Ogar, que representa a família de Elza, declarou que aguarda o julgamento para demonstrar aos jurados “que o acusado desse crime selvagem, riu da vítima durante a audiência”. 

Ainda conforme, Ogar, Alisson, ironizou “a dor alheia, após admitir que desferiu inúmeros golpes com uma barra de ferro em sua cabeça, como se não fosse o bastante, se valeu de seu automóvel para passar por cima da vítima por duas vezes, fazendo dela um obstáculo humano.”

Veja parte do depoimento: 

Relembre o caso

Alisson foi casado com a vítima por sete anos e não aceitava o fim do relacionamento entre os dois. Antes de ser morta, Elza registrou diversos boletins de ocorrência contra o ex-companheiro, que costumava ameaçá-la e segui-la pela cidade após o término. 

Uma medida protetiva chegou a ser imposta pela Justiça, mas nunca foi respeitada pelo homem. Devido ao descumprimento recorrente e às ameaças de morte, a Polícia Civil abriu um inquérito sobre o caso, no qual o delegado solicitou a prisão preventiva de Alisson. No entanto, o pedido foi negado pelo Ministério Público

No dia do crime – que ocorreu em uma praça pública da cidade, no dia 5 de maio de 2019 – Alisson desceu do carro com uma barra de ferro e começou a espancar a mulher, por ela estar conversando com amigos. 

Após ser atingida na cabeça, Elza desmaiou e, foi então, que Alisson passou com seu veículo duas vezes em cima do corpo da ex-esposa. Ela chegou a ser socorrida e levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

Alisson fugiu da cena do homicídio, mas foi preso pouco tempo depois. Em depoimento, prestado ainda em 2019, ele confessou o crime e não disse estar arrependido. 

“Eu passei por ela de carro, fiz o balão na praça, estacionei o carro e daí fiquei parada uns cinco minutos só olhando. Daí, esse cara chegou mais perto dela, como eu já estava nessa situação, eu acelerei o carro e parei o carro no meio da via pública. Esse rapaz pulou o muro, não sei para onde foi. Aí, eu desci já com a barra de ferro na mão, daí já dei uma na cabeça dela, ela caiu, eu já dei mais umas duas três, peguei o carro, passeio por cima, não sei se foi da cabeça dela e dei a ré, passei por cima de volta e fui embora”,

contou Alisson, na época. 

Socorristas que atenderam a mulher afirmaram, na ocasião, que não foram as pancadas na cabeça que tiraram sua vida, mas sim o atropelamento. Conforme eles, as rodas do carro passaram por cima do tronco de Elza, esmagaram o tórax e quebraram as costelas que, consequentemente, perfuraram órgãos internos.

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