
Para tornar mais eficiente os trabalhos e a liberação dos corpos, serão utilizadas a genética forense, que é a identificação a partir do DNA, e a odontologia legal, que é feita a partir da arcada dentária
A partir desta quarta-feira (30), a Polícia Civil (PC) de Minas Gerais dá início à implementação de novas metodologias de análise de identificação das vítimas do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais.
Genética forense e odontologia legal
Para tornar mais eficiente os trabalhos das equipes de resgate e a liberação dos corpos, serão utilizadas a genética forense, que é a identificação a partir do DNA, e a odontologia legal, que é feita a partir da arcada dentária. Segundo a PC, essa nova etapa do processo já foi comunicada aos familiares das vítimas pela Academia da Polícia Civil (Acadepol).
A diretora da Acadepol, delegada-geral Cinara Maria Moreira Liberal, informou que desde sábado (26) a academia já vem cadastrando familiares de desaparecidos no desastre. “Desde sábado já cadastramos quase 500 famílias de desaparecidos. É importante frisar, contudo, que pode haver duplicidade de registros, uma vez que familiares diferentes de um mesmo desaparecido muitas vezes realizam o cadastro em momentos distintos”, explica a diretora.
Atualização de dados cadastrais
Para uma atualização mais eficiente dos dados cadastrais, a Acadepol vai convidar os familiares das vítimas, por telefone, a comparecerem ao Centro de Comando da academia, no bairro Nova Gameleira, em Belo Horizonte, em dia e horário ainda a ser agendados.
Nota da Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil informa que está fazendo todo o esforço necessário para conseguir uma rápida identificação das vítimas para amenizar o sofrimento dos familiares “Estamos fazendo de tudo para também não ferirmos os devidos protocolos médico-legais de modo a garantir a precisão das perícias. É muito importante dizer que os corpos já liberados pelo IML para os familiares foram identificados com rapidez e eficácia em um primeiro momento pelo método papiloscópico, que é feito através da identificação pelas digitais das vítimas”, diz a nota.
Processo ajuda vítimas com múltiplas lesões
A Superintendência de Polícia Técnico-Científica esclareceu que a nova fase vai ajudar na identificação dos corpos das vítimas que chegam ao IML com múltiplas lesões, o que é comum nesse tipo de tragédia.
A coleta para exame de DNA é realizada pela mucosa oral (boca), com equipamento próprio, e não oferece riscos ou desconforto aos familiares.
A Polícia Civil de Minas Gerais esclareceu que os procedimentos para identificação das vítimas, em consequência do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, foram iniciados logo após a confirmação do rompimento. “Nesse momento todos os esforços e recursos dos órgãos técnicos da PCMG estão sendo empregados para que as vítimas fatais sejam identificadas e liberadas aos seus familiares no menor espaço de tempo”, diz a nota.
A Polícia Civil ressaltou não ser necessário que o familiar se desloque à Acadepol ou ao IML antes de receber uma ligação telefônica para realizar o agendamento e que em caso de dúvidas os questionamentos poderão ser encaminhado através do e-mail [email protected]. “As orientações sobre o que deverá ser levado pelo familiar (por exemplo: fotografias, radiografias ou objetos de uso pessoal da vítima) e sobre o transporte (Brumadinho-Acadepol-Brumadinho) serão passadas via telefone, conforme cada caso”, diz a nota.