“Me dá um abraço, que estou passando mal”. Estas foram as últimas palavras que Valdomiro Palmeira disse à sua esposa Marilda antes do infarto fulminante do qual morreria.
A manhã desta quarta-feira (10) foi marcada por uma tragédia na rua Ewaldo Hauer, no bairro Santa Cândida, Região Norte de Curitiba.
Um incêndio consumiu uma casa de madeira, ao lado da residência de seu Valdomiro. Os vizinhos se mobilizaram para combater as chamas e evitar que o estrago fosse ainda maior. As duas pessoas que estavam na casa, no momento do incêndio, foram retiradas do local sem ferimentos.
Valdomiro tinha 60 anos e esteve lá desde o início do fogo e participou do mutirão formado pela vizinhança, até a chegada do Corpo de Bombeiros. Começou a passar mal ao perceber que as chamas já alcançavam sua casa.
Por volta das 13h30 o fogo já estava controlado, a casa de seu Valdomiro a salvo e ele não pôde ser tranquilizado.
Conhecido no bairro, Valdomiro trabalhava com transporte escolar e tinha em sua garagem algumas vans, que foram retiradas do local por precaução. Os cachorros também foram salvos.
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Quando os bombeiros chegaram, Valdomiro já havia passado mal e aguardava deitado no chão a ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ela não chegou.
O vizinho que morava na casa de trás da incendiada é apontado como o responsável pelo fogo criminoso e foi detido em flagrante pela Guarda Municipal de Curitiba. Enquanto o combate ao incêndio ocorria, ele permaneceu algemado em uma viatura.
Ao perceberem o estado crítico em que se encontrava o seu Valdomiro, os guardas colocaram-no dentro da viatura e encaminharam à Unidade de Saúde do Boa Vista, onde a morte foi diagnosticada.
Os moradores da região conheciam ele como “Valdomiro da Besta” (devido à van do transporte escolar), o senhor prestativo da rua Ewaldo Hauer.
A vizinha Karin Kulitch presenciou os esforços de Valdomiro para evitar uma tragédia ainda maior e lamenta a demora no atendimento. “Os bombeiros demoraram pra chegar. O SAMU então, nem chegou a conhecer o Valdomiro”, conta.
