
Os pais da menina foram detidos enquanto aguardavam a liberação do corpo da filha; o bebê foi estuprado cerca de 72h antes
*Com informações do Umuarama News
Um bebê de um ano deu entrada no Instituto Médico Legal de Umuarama na manhã desta terça-feira (12), no noroeste do Paraná. Emili Vitória da Silva Pereira estava internada na UTI desde a noite do último domingo (10) e faleceu por volta das 3h da madrugada. Os pais da menina foram detidos enquanto aguardavam a liberação do corpo da filha ainda no IML.
Segundo informações, a médica que atendeu a menina avisou à Polícia Civil que ela estava com sinais de violência sexual. O Laudo de Exame Cadavérico comprovou o estupro cerca de 72h antes da morte. Embora, a causa do falecimento tenha sido asfixia porque bebê se engasgou com o próprio vômito. “A causa morte da criança foi por broncoaspiração. Ela estava muito debilitada, ela estava desidratada a ponto de não ter forças para evitar aspirar o próprio vômito. É uma possibilidade que os abusos geraram a infecção que enfraqueceu a menina”, disse o delegado.
Emili morava com a mãe, o pai e o irmão de 9 anos em Icaraíma, que fica a 69 km de Umuarama. O casal tem um relacionamento antigo, ficou separado por algum tempo e há um ano reatou o relacionamento.
De acordo com a avó materna da vítima, Emily foi internada três vezes no último mês, mas ela não imaginava que a neta estava sendo violentada. A mulher ainda contou que da última vez a pequena teve febre alta e convulsão. “A minha filha só falou que a menina não estava bem”, disse. “Ela vai para hospital, melhora, vai embora. Chega lá, dá febre e volta de novo”, completou a vó.
Versão da mãe
Ana da Silva de 31 anos, acusou o pai de ter abusado da própria filha. Ela disse que era ameaçada pelo marido e que dormia em cama separada do homem. Afirmou que percebeu anteriormente os abusos, mas que não pôde fazer nada. “Eu tentei conversar com a turma, mas a turma era a favor dele”, disse referindo-se aos familiares que não teriam acredito na sua história. Ainda contou que foi em um Chá de Bebê com a menina no sábado (9) e que pode ter acontecido alguma coisa lá.
“Já falei com todo mundo que eu queria separar, mas o povo fala não. Fica com ele, ele é bonzinho”
Versão do pai
Valdemar Roberto Pereira, 58 anos, negou ter violentado a filha e tem um álibi para o dia do estupro. “Eu não to sabendo o que aconteceu com ela porque no dia que ela não estava legal, eu tinha ido para a Igreja em uma reunião que durava a noite inteira. Eu fiquei lá até às duas horas da manhã”, disse à equipe de reportagem.
Ele não acusa a esposa, mas lembra que ela foi para uma festa com a menina e que quando chegou disse que a filha não parecia bem e estava defecando sangue. Também contou que durante todo o dia, antes de sair de casa, o bebê estava alegre e brincando.
Quanto as acusações de sua esposa, apenas diz que a mulher está mentindo.
Na delegacia
Para o delegado responsável pelo caso e chefe da 7ª Subdivisão Policial, Osnildo Carneiro Lemes, o depoimento da mãe não inspira confiança porque ela mudou sua versão quatro vezes. “A única coisa que sabemos com certeza, com base no laudo do IML, é que essa criança foi vítima de violência sexual. Embora a morte tenha sido por outra razão”, disse.
O chefe da delegacia ressaltou que Ana frequentou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), já teve problemas psicológicos e precisou passar por tratamentos. No entanto, não especificou qual a doença de mulher.
Já o pai mantém uma única versão e tem um álibi comprovado por testemunhas que estiveram na Igreja. “Não vamos prender ninguém em flagrante para não cometer nenhuma injustiça. Isso será transformado em inquérito policial porque é uma situação que merece maiores investigações”, finalizou.
Insegurança nas informações
Um exemplo das mudanças de versão da mãe é que diante da afirmação de que seria recolhido o material genético de Valdemar para comprovar o abuso. – O qual, inclusive, em alguns momentos ela confusamente diz ter visto. – Ana falou sobre a festa e disse acreditar que poderia ter acontecido lá, quando deixou a menina sozinha para ir ao banheiro.
Sobre as internações frequentes da menina, a mulher contou ao delegado que o médico já teria ameaçado acionar o Conselho Tutelar de Icaraíma.
O caso será repassado à Delegacia de Icaraíma onde o crime aconteceu. Tanto o pai como a mãe da menina foram liberados até que a polícia tenha maiores informções.
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