A irmã do homem de 26 anos suspeito de abusar sexualmente de várias crianças durante anos em Mandirituba, na Grande Curitiba, conversou com a equipe da RIC Record TV e contou que sua filha também foi vítima dos crimes do familiar. 

Aos prantos, a mulher que prefere não se identificar, fez um desabafo comovente sobre a situação: 

“Você sai trabalhar, deixa sua filha em casa, não deixa sair para lugar nenhum de medo que vão fazer mal lá fora e no fim o mal está dentro de casa”, disse. 

Consternada com as acusações que não param de surgir contra seu próprio irmão, ela ainda declarou que nunca imaginou que ele fosse capaz de fazer o que fez. “Nós não temos culpa do que ele fez, ele mexeu com muitas crianças. A gente não tem culpa do irmão que tem, a gente não escolhe irmão, a gente não escolhe família e a gente jamais pensava que ele iria fazer isso”. 

A noiva do suspeito, que deveria casar-se com ele nesta sexta-feira (4), também explica que teve seu mundo virado de cabeça para baixo desde que todas as vítimas começaram a contar o que ele fez. A princípio, ela chegou a acreditar que o futuro marido era inocente, no entanto, quando percebeu que existiam muitos relatos e pessoas diferentes afirmando que foram abusadas por ele, ela decidiu suspender o casamento. 

“Ele me respeitava, daí essa semana vem essa bomba. Eu realmente não sei em quem acreditar. Está sendo até agora um filme, parece que aquilo ali não caiu ainda. Eu não sabia de nada, daí veio as ameaças falando que eu era cúmplice dele, que estava com ele. Durante a semana eu só estou aqui com a minha família, não sai para lugar nenhum, só para cancelar esse casamento. Eu estou até com medo de ficar saindo”, disse a jovem que começou o relacionamento com o suspeito há cerca de 11 meses.

Abusos sexuais de crianças

Conforme as investigações, os crimes vêm ocorrendo há anos, mas só agora o suspeito foi denunciado. Isso porque após uma criança ser abusada sexualmente por ele nos últimos dias, dentro de um ginásio de esportes, e o caso chegar à polícia, as outras vítimas se sentiram encorajadas e também resolveram contar suas histórias.

Os relatos mostram que ele costumava agir sempre da mesma maneira: oferecia doces, brinquedos e recompensas para conseguir atrair as crianças para dentro de sua casa, onde ocorriam os abusos. 

“Ele pegou e foi para a cozinha, a hora que ele voltou, ele começou a tirar a minha roupa. Eu tentei falar para ele ‘não’, ele pegou e insistiu, me segurou. Aí, tirou, foi lá, me abusou, tampou minha boca. Ele falava assim: ‘Não fala para ninguém porque se você falar vai acontecer alguma coisa com você”, disse um adolescente que alguns anos atrás foi até a casa do suspeito depois de ser convidado para brincar. 

Outra jovem também conta com detalhes sobre o dia em que foi abusada: 

“Foi seis anos atrás. Ele pegou e falou assim: ‘Tire sua roupa isso não é errado, deixa eu ver’. Daí ele pegou e foi para o banheiro. Na hora que ele voltou, ele sentou no sofá e fez eu colocar a boca no órgão. Ele me ameaçava e falava: ‘Se você contar, sua mãe e seu pai podem ser presos porque eles deixaram você sozinha”, contou a vítima que agora já é uma adolescente. 

Duas mães conversaram com a RIC Record TV e afirmaram que seus filhos sofreram abusos sexuais recentemente. Em uma das situações, a genitora desconfiou que existia algo errado depois que o menino começou a ter comportamento violento. No entanto, a criança ainda não conseguiu se abrir e explicar o que de fato ocorreu. Já a outra mãe ouviu com detalhes o que o suspeito fez. 

“Quando a gente começou a conversar com ele, no primeiro momento, ele falou: ‘Não, mãe’. Só que aí já estampou no rosto dele que ele estava morrendo de medo. Ele começou a tremer, o queixinho começou a tremer e ele mudava de assunto. A gente foi insistindo, conversando com jeitinho, e ele começou a contar algumas coisas. Ele fez o meu filho colocar o órgão na boca e ele dizia para as crianças que era normal, que era legal fazer aquilo”, contou a mãe. 

Uma quinta vítima afirma ter sido abusada sexualmente pelo homem durante um retiro religioso

“Ele [filho] dormiu lá só uma noite e bastou para ele fazer isso durante a madrugada com meu piá. Ele falou: ‘Mãe’ e começou a chorar desesperado, tão desesperado e eu já entendi que ele tinha feito isso com ele. Eu perguntei: ‘Mas como que ele fez isso?’. Ele falou: ‘Arrancou a minha roupa e fez”, explicou a mãe da criança.

O homem nega todos os crimes e declarou que sente nojo de quem comete abusos sexuais.

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