
Daniel Corrêa, de 24 anos, contou em entrevista sobre seus sonhos e frustrações; o jogador foi assassinado na Grande Curitiba
O jogador que foi assassinado e encontrado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no sábado (27), tinha o apelido de Daniel Messi, seu grande ídolo e a admiração pelo holandês Clarence Seedorf.
Daniel Corrêa, de 24 anos, contou durante entrevista à ESPN em 2016, ainda quando jogava no São Paulo, falou sobre a comparação com o craque argentino e comentou os principais momentos de sua vida. “Foi uma brincadeira da torcida… O Messi é o meu maior ídolo e gosto de arrancar em velocidade com os dribles. No jogo que marquei meu primeiro gol, fiz logo três gols e dois deles foram arrancando. Eu acho que o apelido veio assim. Mas não dá para comparar”, afirmou Daniel.
Já no Botafogo, o jogador trabalhou com o holandês Clarence Seedorf e também falou sobre a experiência na entrevista ao canal esportivo.”Era um cara fora de série, líder e queria o bem do clube. Ele não se limitava a ser só um jogador. Queria mudar o que achava errado e foi bem legal de conviver. O Botafogo vivia um momento conturbado porque o time começou muito bem e depois caiu um pouco. Corria o risco de não se classificar para a Libertadores, e a torcida pegou um pouco no pé. Foi um momento de pressão nos treinos. No fim, deu certo e classificamos para a pré-Libertadores.”
Trajetória do jogador assassinado
Daniel nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, e foi criado em Conselheiro Lafayete. Aos 15 anos entrou nas categorias de base do Cruzeiro. Segundo ele, em Belo Horizonte cometeu um dos grandes erros de sua curta carreira: reclamou de uma substituição na Copa São Paulo de Juniors de 2013 e acabou saindo do clube.
“Eu ainda era jovem. O jogo estava difícil, 0 a 0. Eu achava que estava jogando bem, mas o treinador tinha o hábito de me tirar todo jogo. Estava perto do banco e vi que sairia e questionei. ‘Pô, eu vou sair sempre? Estou jogando bem’. Ele não ficou feliz, discutimos e eu fiquei nervoso e disse que não ia sair. Os jogadores vieram falar comigo, esfriei a cabeça e saí. Para piorar a história, o cara que entrou fez o gol da vitória. O treinador estava certo. Eu me arrependi um pouco porque precisa respeitar o treinador. Foi bom que aconteceu na base, ainda tiveram paciência comigo e pude aprender.”
A trajetória de Daniel foi marcada por contusões graves. No Botafogo, rompeu o ligamento do joelho direito. O Palmeiras chegou a contratá-lo, mas o meia foi reprovado nos exames médicos. Em 2014, o São Paulo topou arriscar na recuperação do atleta.
No Tricolor, Daniel só estreou em setembro de 2015 e passou por duas cirurgias no joelho. Em 2017, foi emprestado para o Coritiba. Neste ano, jogou o Campeonato Paulista pela Ponte Preta e agora estava emprestado ao São Bento, clube de Sorocaba que joga a Série B do Brasileiro. O vínculo com o São Paulo ia até dezembro de 2018.
Morte de Daniel Corrêa
O jovem foi encontrado morto em um matagal na Grande Curitiba no início na tarde de sábado (27). Ele teve o pênis decepado e apresentava cortes profundos no pescoço, a ponto de quase ter sido degolado.
A principal linha de investigação da Polícia Civil é que se trate de um crime passional, pois o estado em que o corpo foi encontrado, segundo os investigadores, são provas da raiva do executor do crime.
Jogador saiu de festa e foi encontrado morto
Em Curitiba, Daniel passou a noite com amigos em uma casa noturna sertaneja, no centro da cidade, e, de lá, teria ido, já no fim da madrugada, para outra festa em São José dos Pinhais.
O corpo do jogador de futebol foi encontrado por um morador da região, que desconfiou do sangue no chão e segui o rastro. O corpo estava apenas com uma camiseta e com várias marcas de crueldade.
*Com informações do R7