Curitiba e Paraná - Em depoimento à Polícia Civil do Paraná (PC-PR), o chefe de segurança de um supermercado disse que tentou impedir a perseguição ao jovem morto após furtar um chocolate, na última quinta-feira (19), no bairro Portão, em Curitiba.

Corpo de jovem, morto após furtar chocolate, foi filmado por motociclista que passava pelo local. Dois homens estão de pé, ao lado do corpo.
Polícia Civil ainda não definiu a causa da morte da vítima. (Foto: Reprodução/RICtv)

O chefe de segurança, que não teve a identidade revelada pela Polícia Civil, pontuou que antes das agressões cometidas contra o jovem, ele teria avisado que a política de rede de supermercados é que não haja perseguição nas ruas contra suspeitos de furto.

“Quando eu saio lá para fora, me falaram que o rapaz saiu correndo com o chocolate no bolso de trás. E eles correm para fora, eu vou até uma distância e digo, pode deixar esse aí, já é perdido. Nós não temos essa política de sair correndo, o mercado não autoriza sairmos correndo atrás de pessoas que furtam, mas eles não me ouvem (sic)”, disse o chefe de segurança.

De acordo com a Polícia Civil, ao menos quatro suspeitos, incluindo um segurança terceirizado, participaram das agressões contra o jovem que furtou o chocolate. Três desses indivíduos estão presos de forma preventiva, mas um deles não foi localizado e segue foragido.

Apuração da RICtv aponta que o jovem morto após furtar o chocolate se chama Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos. O corpo dele segue no Instituto Médico-Legal (IML), aguardando identificação oficial por familiares.

Jovem morto após furtar chocolate teria desmaiado após agressões; Polícia não confirma causa da morte

camburrão pcpr
Quarto suspeito de envolvimento no caso está foragido (Foto: Fábio Dias/EPR)

Após furtar o chocolate do supermercado, o jovem foi perseguido por algumas ruas do bairro Portão até ser encurralado por ao menos quatro pessoas. O homem teria sido imobilizado com um mata-leão, golpe que consiste em uma pressão aplicada pelo braço na garganta, e desmaiou, segundo informações da Banda B.

Uma testemunha teria apontado que a vítima ficou desmaiado por diversos minutos. O jovem morreu ainda no local das agressões.

A delegada da Polícia Civil do Paraná Camila Ceconello disse que ainda não é possível concluir que as agressões dos segurança provocaram a morte do jovem que furtou o chocolate.

“O mata-leão foi citado pelos presos. Não há uma imagem que mostre essa agressão. Assim a causa da morte ainda está em aberto”, pontua a delegada.

Rede de supermercados diz que ação não seguiu protocolos da empresa

Em pronunciamento encaminhado à RICtv, o advogado Elias Mattar Assad, representante legal do Grupo Muffato, disse que a ação não seguiu os protocolos de segurança da empresa, bem como as agressões foram iniciadas por um indivíduo não ligado ao grupo.

“O mercado lamenta profundamente o ocorrido e desde o primeiro momento colabora com a Justiça para apurar as responsabilidades pessoais de cada um dos envolvidos.

O mercado, e seus protocolos de segurança, sempre recomendou aos seus funcionários e terceirizados máxima cautela em ações permeadas pela contenção não-violenta e sempre restrita aos limites de suas unidades.

Esse fato isolado ocorreu fora de suas dependências. Quem iniciou as agressões foi um terceiro, estranho ao estabelecimento.

Esperamos que esses fatos sejam interpretados dentro da realidade e dentro do que realmente aconteceu naquele local”, disse o advogado.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.