Um juíza da Vara de Execuções Penais de Londrina, na região norte do Paraná, foi afastada preventivamente de suas funções na 42ª Zona Eleitoral por suspeita de corrupção. A decisão foi do presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Paulo Vasconcelos, que não revelou o nome da magistrada.

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De acordo com a promotoria do Ministério Público, que abriu um processo disciplinar contra a juíza, em 2008 ela teria aceitado suborno de R$ 9 mil para não decretar a prisão de um traficante de drogas investigado pela Polícia Federal e libertar a mulher dele, presa em flagrante por tráfico.

Um documento do TJ-PR, descreve que a investigada passava por problemas financeiros em 2008 e estava com o R$ 18 mil de saldo negativo em sua conta bancária e insinuou ao advogado do traficante que estaria precisando de dinheiro. “Em meio à conversa, (a juíza) dolosa e diretamente solicitou para si vantagem indevida consistente em dinheiro, fazendo-o em razão de sua função pública de Juíza de Direito em exercício”, diz o documento do TJ-PR.

Depois de receber a propina, paga supostamente em dinheiro dentro de um Fórum de Londrina, a magistrada rejeitou pedido de prisão contra o traficante e mandou libertar a mulher dele. Além disso, a juíza teria recomendado que o casal saísse da cidade, já que ela estava sendo pressionada para prendê-lo.

O dinheiro vivo foi supostamente entregue à juíza dentro do Fórum de Londrina no dia 15 de fevereiro de 2008. Três dias depois, os R$ 9 mil já estavam na conta corrente de magistrada. Ela foi afastada no dia 1º de setembro e seguirá recebendo seus vencimentos durante a investigação.

A juíza deve permanecer afastada das funções até o fim do processo administrativo disciplinar, porém continuará recebendo os salários. O advogado da investigada, Júlio Cesar Brotto, afirma que sua cliente jamais teve contato com as pessoas apontadas nas investigações.