Dois dos quatro réus que foram a júri popular pela morte do empresário Fabrizzio Machado da Silva foram condenados na sessão que terminou na madrugada desta sexta-feira (13), em Curitiba. Patrick Jurczyszyn Leandro, acusado de ser o autor dos disparos, recebeu pena de 30 anos, e Matheus Willian Marcondes Guedes, que teria dirigido o carro que bateu contra o automóvel da vítima, foi condenado a 23 anos de prisão. Jeferson Rocha da Silva, acusado de ser o intermediador, foi absolvido por clemência. Já Onildo Chaves de Córdova II, apontado como mandante do crime, teve júri anulado e será julgado em outra data.
A sessão teve início na manhã desta quinta-feira (12) e terminou por volta das 2h da madrugada desta sexta-feira (13). Ao todo, cinco testemunhas foram ouvidas. Durante a sessão, o júri foi desmembrado e, por isso, Onildo será julgado em outra data, por ainda ter recursos tramitando em Brasília. Conforme a defesa do acusado, o advogado Adriano Bretas, a situação processual do seu cliente é diferente das demais, já que ele não responde pela qualificadora (do homicídio) de vingança.
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Ainda, os jurados decidiram que Jeferson Rocha da Silva fosse absolvido por clemência. Jeferson sofreu um atentado após ajudar nas investigações e delatar os outros acusados. Por ter colaborado, dito a verdade, e também por ter sido baleado por sete disparos e estar em más condições de saúde, o Tribunal do Júri optou pela absolvição.
“Os jurados reconheceram que ele teve participação, que de fato ele apresentou o executor para o mandante, mas como ele sofreu um atentado após ele ter delatado os coautores, os jurados acabaram absolvendo ele no quesito genérico”.
explicou o promotor Lucas Cavini Leonardi.
O promotor ainda espera que, em breve, o acusado de ser o mandante do crime, Onildo, também seja julgado. “Nós tivemos hoje o início da Justiça, mas nós defendemos e faremos a Justiça completa no dia do julgamento do mandante”, frisou Leonardi.
O crime
Fabrizzio foi assassinado a tiros no momento em que chegava em casa, no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba, no dia 24 de março de 2017. Na época, o empresário era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e participava de investigações envolvendo postos de combustíveis irregulares. No dia do crime, os suspeitos bateram na traseira do carro de Fabrizzio e no momento em que ele desceu para ver o estrago, foi baleado e não resistiu.
Dois dias depois do homicídio, a Polícia Civil entendeu que a morte tinha relação com a investigação que Fabrizzio fazia deflagrou a Operação Pane Seca, que interditou nove postos de combustíveis em Curitiba e prendeu seis pessoas. Todos eram suspeitos de fraudar a quantidade de combustíveis vendidas aos consumidores finais. Ele instalavam dispositivos eletrônicos nas bombas, que interrompiam o fluxo de combustível que estava sendo colocado no tanque do cliente. No entanto, a bomba continuava a rodar e o consumidor pagava por combustível que não tinha entrado no tanque.