Justiça manda soltar ex-síndico suspeito de desviar reserva de condomínio de Londrina para compra de bitcoins

Nesta sexta-feira (13), a Justiça mandou soltar o ex-síndico suspeito de desviar cerca de R$ 1 milhão de um condomínio de luxo localizado no bairro Gleba Fazenda Palhano, em Londrina, para investir na compra de bitcoins. O homem havia sido detido preventivamente na quarta-feira (11), em Itapetininga, na cidade de São Paulo. No entanto, a Justiça entendeu que o suspeito não oferece riscos de violência e grave ameaça, não tinha histórico criminal e considerou que, devido à pandemia, as prisões preventivas devem ser realizadas apenas em casos excepcionais.

O pedido de habeas corpus foi protocolado pela defesa do ex-síndico e deferido pela Justiça do Paraná, que substituiu a prisão por outras medidas cautelares. O homem foi indiciado por apropriação indébita e uso de documentos falsos, por apresentar extratos falsos aos condôminos do edifício e à administração. O crime foi descoberto após outra síndica assumir o condomínio e perceber diferenças entre os valores reais das reservas e os extratos apresentados.

O ex-síndico suspeito fazia a gestão do condomínio entre 2014 e 2021 e, conforme o relato do homem para a polícia, teria feito os desvios entre 2016 e 2017. Na delegacia, ele ainda assinou um termo de confissão da dívida.

• Leia mais: Ex-síndico de condomínio em Londrina suspeito de desviar dinheiro para comprar bitcoin é preso
• Veja também: Polícia Civil investiga síndico acusado de usar fundo de reserva de condomínio em bitcoins

Bitcoins

De acordo com a Polícia Civil, as investigações mostraram que os desvios eram frequentes e aconteciam com saques em dinheiro e transferências bancárias para contas de terceiros e contas de duas empresas das quais o suspeito é dono. Ainda conforme a polícia, o ex-síndico teria investido o dinheiro do condomínio na compra de bitcoins sem que os moradores dos 152 apartamentos soubessem, e ainda teria perdido o dinheiro.

“Ele investiu dinheiro próprio nessa modalidade, conseguindo lucro satisfatório. A partir daí, ele teve a ideia de fazer com o dinheiro do condomínio, só que sem avisar os moradores”.

explicou o delegado Jayme Souza Filho, na época das investigações.

Na época, o homem chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o corretor responsável pelas aplicações, porque ele teria sumido com o dinheiro do ex-síndico.