A Justiça negou o pedido de prisão feito pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) contra uma estudante de Direito de Telêmaco Borba, Campos Gerais do Paraná, por ter ofendido em postagens nas redes sociais uma colega cadeirante.

A estudante de 19 anos postou os vídeos no ‘Melhores Amigos’ do Instagram, o que impediu a vítima de visualizar os conteúdos.
Uma adolescente de 17 anos que também apareceu nos vídeos também é investigada pela Polícia Civil, mas a Justiça já deliberou negativamente o pedido para internação provisória da jovem.
De acordo com a Polícia Civil, testemunhas ouvidas apontaram que essa não foi a primeira conduta ofensiva da estudante contra a colega cadeirante, inclusive, tendo ela postado em outras oportunidades vídeos com injúrias à mulher nas redes sociais.
A Polícia Civil chegou a cumprir três mandados de busca e apreensão nas residências das investigadas, com o celular da adolescente sendo apreendido e encaminhado à perícia criminal.
Vídeos mostram diversas ofensas e ameaça de estupro contra cadeirante
Nos vídeos, a cadeirante teria sido chamada de “magrela”, “lazarenta” e “desgraçada”, além das investigadas terem feito ofensas pela deficiência física da mulher e uma ameaça de estupro.
“Segredo de estado pra vocês: na nossa sala tem uma cadeirante, uma magrela. E a gente ‘tava’ apresentando o trabalho hoje e a cadeirante rindo da nossa cara… por que não levantou e foi rir lá na nossa frente? Por que que aquela magrela feiosa não levantou e não veio falar? Porque é magrela, sabe que apanha a lazarenta, desgraçada. Vem aleijadinha, vem aleijadinha, sem movimento é mais fácil de tirar a sua calcinha”, disseram as estudantes nos vídeos.
Os vídeos foram postados no dia 7 de abril e uma das estudantes que ofendeu a colega cadeirante postou uma nota de retratação no Instagram:
“Venho aqui reconhecer, com toda a sinceridade, que o conteúdo foi ofensivo, insensível e totalmente inaceitável. Assumo total responsabilidade pelo que disse. A ‘brincadeira’, além de desrespeitosa, desconsidera toda a luta e o respeito que cada ser humano merece, independente de suas condições físicas. Refleti profundamente sobre o impacto das minhas palavras e entendo que não se trata apenas de ‘brincadeira’, mas de como elas podem ferir e perpetuar preconceitos que precisamos combater”, disse a estudante na nota.
Universidade expulsou estudantes investigadas pela Polícia Civil
As três estudantes de Direito foram expulsas pelo Centro Universitário de Telêmaco Borba (UNIFATEB) após a repercussão do caso.
“Em razão dos inúmeros questionamentos recebidos e do clamor dos fatos, informamos que as envolvidas nos vídeos que circularam recentemente nas redes sociais tiveram seus contratos rescindidos e não fazem mais parte do corpo discente da Instituição, já tendo sido notificadas dos respectivos desligamentos.
Reforçamos, mais uma vez, que a cordialidade, o respeito e a inclusão são valores inegociáveis e constituem a base da nossa cultura
educacional”.
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