O laudo da Polícia Científica do Paraná apontou que o carro que atropelou Yohana Gabrielly Fernandes Pereira, de 5 anos, na Rodovia da Uva, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, estava a aproximadamente 144 km/h. O acidente ocorreu no dia 2 de janeiro. 

De acordo com o documento, o cálculo de velocidade foi feito através de imagens de câmeras de monitoramento. 

O motorista Luiz Henrique dos Santos, de 28 anos, fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Ele se apresentou na delegacia no dia 8 de janeiro, acompanhado de um advogado, depois que seu carro foi localizado em uma oficina mecânica da capital. 

À polícia, Luiz assumiu o atropelamento, mas negou que transitava em alta velocidade no momento da colisão. Por outro lado, testemunhas que prestaram depoimento já haviam afirmado que o veículo estava em velocidade incompatível com a via. 

Em entrevista à RIC Record TV, Luiz disse ter percebido que atropelou a criança, mas alegou que não parou o carro porque estava acompanhado da esposa e do filho. 

“Eu estava com a minha mulher e meu filho dentro do carro. Minha mulher começou a gritar desesperada, meu filho começou a chorar e eu vim até a minha casa para deixar pelo menos o meu filho para poder voltar. Cheguei em casa, a minha tia viu o desespero, falou comigo, não deixou eu voltar. Na hora, ela falou que ia para lá e minha prima estava aqui e se ofereceu para ir lá prestar uma ajuda ou um socorro”, falou o motorista. 

Ele foi liberado após prestar depoimento e responderá pelo crime em liberdade. De acordo com o delegado Irineu Portes, Luiz deverá ser indiciado pelos crimes de homicídio, omissão de socorro e fraude processual porque tentou consertar o carro antes de entregá-lo para a  perícia. 

Ainda segundo a Polícia Civil, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Luiz estava suspensa no dia do atropelamento. 

Menina é atropelada na Rodovia da Uva

Yohana, sua mãe, seus dois irmãos menores e uma amiga da família atravessavam a Rodovia da Uva quando a tragédia ocorreu. Conforme os relatos, Yohana estava segurando na mão da mulher, enquanto sua mãe empurrava um carrinho de bebê com seus dois irmãos. No entanto, o carrinho fechou de repente, a jovem soltou a mão de Yohana para ajudar e, nesse momento, a criança foi atingida pelo veículo nas proximidades do meio-fio.

A mulher nega que Yohana tenha corrido em direção a rua. Ela afirma que a criança foi atingida quando estava parada ao seu lado.

“Em momento nenhum ela correu, eu segurei ela com uma mão e peguei o Enzo com a outra. Em um descuidinho ela soltou da minha mão, eu fui pegar de novo e aquele carro apareceu do nada. A lanterna dele com certeza estava apagada porque a gente não viu sinal nenhum de carro”, relatou a prima. 

Em conversa com a RIC Record TV, a mãe de Yohana fez questão de ressaltar que todos poderiam ter sido atropelados.

“Infelizmente, foi a minha filha, mas podia ter sido todos nós. Eu ia perder a minha família, eu ia perder todos”, desabafou a mãe.