O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, foi preso na manhã desta sexta-feira (14) na sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga desvios de R$ 10 bilhões da estatal. A Polícia Federal também prendeu executivos e faz busca e apreensão em cinco das maiores empreiteiras do País, o braço financeiro do esquema de corrupção na petrolífera.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que uma das empreiteiras-alvo da ação é a Camargo Correa. Viaturas da PF foram vistas na sede da empresa nesta sexta-feira, em São Paulo. Onze mandados estão sendo cumpridos em grandes empresas.
À Justiça, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que as empresas Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Iesa, Engevix, Mendes Júnior, UTC Engenharia, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia participavam do esquema de superfaturamento de contratos firmados com a Petrobras e repasse de propina aos partidos.
PF prende diretores da Odebrecht, construtora Mendes Júnior
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (14) em Brasília o vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, e fez buscas na sede da empreiteira. Policiais também vasculharam endereços da Odebrecht e de três de seus executivos. Trata-se de Márcio Faria da Silva, Rogério Campos de Araújo e Saulo Vinicius Rocha Silveira.
As empreiteiras repassariam propina a agentes públicos para conseguir contratos na petroleira. Duque seria o interlocutor do PT na Petrobras, e a diretoria de Serviços da estatal, que comandou de 2003 até 2012, seria responsável por repassar porcentuais dos contratos assinados para o partido. A Justiça bloqueou R$ 720 milhões em bens de 36 investigados nesta sétima fase da Lava Jato. Três empresas de um dos operadores do esquema também tiveram as contas bloqueadas.
Iesa Óleo e Gás
Também foi preso na operação o diretor da Iesa Óleo e Gás, Otto Garrido Sparenberg. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do presidente da empresa, Valdir Carrero, nas sedes da Iesa e da controladora do grupo, Iapi. A empresa e o executivo são investigados.
A Iesa Óleo e Gás tem contratos com a petroleira e repassou R$ 400 mil para a Costa Global Consultoria e Participações, de propriedade do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que aceitou delatar o esquema de corrupção na Petrobras em troca de redução de pena.
Ao todo trezentos policiais, com apoio de 50 servidores da Receita Federal, cumprem na manhã de hoje 85 mandados judiciais. Os envolvidos responderão por crimes de formação de quadrilha, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
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