Uma equipe da RIC Record TV viajou até São Paulo para traçar o perfil de Carlos Eduardo dos Santos, suspeito de matar e estuprar Rachel Genofre em novembro de 2008. O homem está preso na Penitenciária II de Sorocaba (SP) e tem extensa ficha criminal. (Assista reportagem completa abaixo sobre o caso)
1988: ainda adolescente, homem respondia por estupro
Uma linha do tempo elaborada pelas polícias do Paraná e de São Paulo mostra que ainda adolescente, com 16 anos, em 1988, o assassino de Rachel respondia a quatro inquéritos.
- roubo e estupro em São Vicente;
- furto e o segundo estupro, em São Vicente;
- roubo em São Vicente;
- estelionato em Santos;
2002: vítima relata estupro cometido por assassino de Rachel Genofre
Em 2002, já com 30 anos, Carlos Eduardo dos Santos voltou a praticar crimes de estupro. Uma das vítimas, hoje com 26 anos, na época tinha nove anos, mesma idade que Rachel Genofre.
“Ele puxou um canivete e me ameaçou. Disse que se eu não fizesse tudo que ele quisesse, ele iria me matar e matar a minha família.”
A vítima falou sobre o caso pela primeira vez com a condição de não ser identificada. De família humilde, a então menina vendia balas de gomas em sinaleiros no centro de Campinas. “Eu colecionava cartão de orelhão…aí cheguei nele e disse: ‘moço, quando você terminar de usar o cartão, você pode me dar?’ e ele disse que me dava.”
Então, Carlos Eduardo dos Santos disse que dava o cartão desde que ela fizesse um favor para ele. Com a desculpa de ter esquecido a chave dentro de casa, ele pediu para a criança pular a janela dizendo que iria dar brinquedos para ela como agradecimento.
Como o crime não foi planejado, o assassino de Rachel estava sem carro e seguiu com a criança de ônibus até a sua casa.
“Dentro do ônibus, entrou uma mulher e ele disse para eu dar o lugar para ela e sentar no colo dele. Eu sentei…Ai foi nessa hora que eu percebi que ele não estava apenas com a intenção da ajuda.”
Relembrando os momentos de terror, a menina disse que a todo momento o suspeito ameaçava ela e a família com um canivete no pescoço. “Eu pensava: ‘Deus, não deixa acontecer nada com a minha família, não me deixa morrer.'”
“Ele ficava falando ‘eu matei uma menina de nove anos, se você não fazer tudo o que eu quiser, eu vou matar você e sua família”, lembra.
A mulher ainda relembrou o dia que ela ajudou a colocar Carlos Eduardo dos Santos atrás das grades. Ela e seu pai estavam em um ônibus do transporte coletivo quando encontraram o suspeito. “Eu falei: ‘pai, é esse homem’. Ai os policiais cercaram o ônibus, meu pai bateu nele, e pegaram ele e levaram para a delegacia.”
2008: Rachel Genofre é encontrada em mala
Carlos Eduardo dos Santos trabalhava como porteiro, em São José dos Pinhais, e morava em uma kitnet próxima da escola onde Rachel Genofre estudava. A criança desapareceu no dia 03 de novembro de 2008, depois de sair da escola.
O corpo foi encontrado dois dias depois, na madrugada do dia 05 de novembro, dentro de uma mala, embaixo de uma escada na Rodoferroviária de Curitiba. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Rachel foi estuprada, agredida, queimada com cigarro e morta por asfixia.
Depois do assassinato de Rachel Genofre, o homem praticou outros crimes.
Até ser preso, Carlos Eduardo dos Santos cometeu estelionatos
- 2011: três estelionatos em Poá, Itaquaquecetuba e Criciúma;
- 2012: dois estelionatos em Iaras e Santa Catarina;
- 2015: dois estelionatos em Suzano;
- 2016: quatro estelionatos em Suzano, Poá e Mogi das Cruzes;
Segundo a polícia, além de Rachel Genofre, o homem cometeu outros quatro estupros. A lista pode aumentar depois da repercussão da foto do suspeito. A polícia do Paraná pediu para a Justiça de São Paulo a vinda dele para o Estado, para prestar depoimento sobre o caso.
Veja o vídeo:
O Balanço Geral Curitiba deu todos os detalhes sobre os crimes do assassino de Rachel Genofre.