Medida é uma resposta do Governo do Estado a onda de violência que matou 10 pessoas após o assassinato de um policial militar na última sexta

A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado está em alerta após a onda de assassinatos em Londrina e cidades da região metropolitana, na região norte do Paraná. Foram 15 pessoas feridas e 13 assassinatos em menos de 24 horas, sendo o primeiro o de um soldado do 5º Batalhão da Polícia Militar.

O secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, está em Londrina e concedeu uma entrevista coletiva na tarde deste domingo (31). Ele disse que a cidade vai receber um reforço de 80 policiais e dois delegados para investigar as mortes.

A Polícia vai atuar no cumprimento de mandados de prisão em aberto, apreensão de armas de fogo, rondas e abordagens, além no monitoramento de 150 presos do regime semiaberto que fazem uso de tornozeleiras eletrônicas.

A Polícia Civil também vai contar com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar nas investigações. A participação de policiais e a atuação de facções criminosas na onda de assassinatos não estão descartadas.

O secretário afirmou ainda que a força tarefa vai durar 10 dias e poderá ser estendida após avaliação dos resultados.

Até a tarde deste domingo Mesquita só havia se pronunciado por meio de nota e determinado “empenho máximo e rigor das equipes policiais na apuração dos casos ocorridos”.

Série de assassinatos

A morte do soldado Cristiano Luiz Botino, de 33 anos, baleado dentro do próprio carro quando retornava para casa na noite de sexta-feira (29), teria sido ordenada por membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), embora o secretário de segurança pública não admita. Ligações telefônicas interceptadas revelam que o grupo promete novos ataques.

Os assassinatos provocaram pânico na população, depois que mensagens de toque de recolher viralizaram nas redes sociais. Comerciantes evitaram abrir as portas na noite do último sábado (30) e quem saiu encontrou ruas vazias e um cenário hostil.

Policiais dos Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Tático Integrado de Repressão Especial (Tigre), ambos de Curitiba, estão em Londrina. A polícia não registrou nenhum outro assassinato.

Mortes de PMs

O secretário Wagner Mesquita voltou a afirmar que as mortes recentes de policiais militares no Paraná não tem ligação com o crime organizado.  “Não há indicativo nenhum de ordem de comando de fação criminosa contra a Polícia Militar”, disse.

Desde o dia 18 de janeiro, vários policiais militares foram vítimas de atentados no Paraná. Dois soldados foram mortos a tiros em Curitiba e Colombo no dia 18 de janeiro. Na noite de quinta-feira (21), um soldado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) deparou-se com bandidos fortemente armados quando saía de um motel, em São José dos Pinhais. No sábado (23), um quarto militar foi morto a tiros em Colombo e na segunda-feira (25), um soldado foi baleado em Pato Bragado e encontrado dentro de uma valeta. Em Londrina, na terça-feira (26), um PM de folga foi atingido por tiros em frente a uma farmácia.

Trechos de áudios divulgados pela Associação de Praças de Estado do Paraná (Apra) logo após a morte dos dois primeiro policiais, no dia 18, diziam que a Central de Operações Policiais (Copom) havia emidito um alerta sobre a atuação de facções criminosas que teriam policiais como alvos.