
O empresário é alvo de um mandado de prisão temporária, mas está em viagem ao Líbano, com autorização da Justiça do Paraná
O empresário Luiz Abi Antoun é um dos alvos de prisão temporária da operação ‘Integração II’, da Lava Jato, deflagrada na manhã desta quarta-feira (26). A Polícia Federal (PF) cumpre 92 mandados judiciais na 55ª fase da Lava Jato nas cidades do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
Antoun é primo do ex-governador e candidato ao Senado Beto Richa. Ele é alvo de um mandado de prisão temporária, mas está em viagem ao Líbano, com autorização da Justiça do Paraná. De acordo com o advogado dele, Anderson Mariano, a previsão de volta do Antoun é para outubro, quando acontece as audiências da Operação Publicano.
‘Integração II’ cumpre 73 mandados de busca e apreensão
Segundo a Polícia Federal, o objetivo é aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em esquema relacionado à administração das rodovias federais do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.
Foram identificados os núcleos político – composto por autoridades do Governo do Paraná, que praticavam com atos de ofício em beneficío das concessionárias -, técnico – composto por agentes públicos com estreita ligação com as empresas contratadas -, empresarial – composto por funcionários, diretores e presidentes das concessionárias – e de operadores financeiros – composto por pessaos ligadas aos empresários, tanto das concessionárias quanto das contratadas para prestação de serviço -.
– Os núcleos políticos realizavam influência junto aos órgãos técnicos;
– Os técnicos atuavam na elaboração de aditivos contratuais fraudulentos, na formulação de planilhas para criar um supostos desequilíbrio econômico-financeiro em favor das concessionárias, assim como fiscalizavam as obras para poder obter mais benefícios financeiros (propina);
– Os empresários se organizavam para ratear o pagamento de propina, propor aditivos com base em desequilíbrio econômico-financeiro fraudulento, cobrar do governo ajustes, o andamento ágil dos pareceres técnicos e a contratação dos aditivos. Eles criavam contratos de prestação de serviço fictícios com empresas (algumas indicadas pelo próprio Governo) para a produção de dinheiro em espécie para ocultar o pagamento da propina, inclusive com depósitos em empresas que mantinham vínculos com agentes públicos;
– Os operadores agiam para movimentar os valores em espécie, realizar depósitos e entregas em dinheiro;
Operação ‘Rádio Patrulha’
Antoun foi preso no dia 11 de setembro, junto com Beto Richa, na operação ‘Rádio Patrulha’, que investiga uma suposta organização criminosa durante o governo do seu primo. Em depoimento, ele negou as acusações que levaram à prisão na operação. Já de acordo com o Gaeco, Abi é investigado por organização criminosa e corrupção ativa e passiva. Ele é seria o intermediário entre os empresários e agentes públicos.