Ao analisar o caso, o magistrado entendeu que somente o Ministério Público Federal (MPF), a Policia Federal ou outras partes do processo poderiam fazer o pedido (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Transferência ainda precisa da autorização do juiz federal Sérgio Moro

*Com informações do jornalista Marc Sousa, do Grupo RIC

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde sábado (7) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, pode ser transferido nos próximos dias a pedido de membros da instituição.

De acordo com a PF, a aglomeração de centenas de manifestantes e da imprensa ao lado da sede está inviabilizando o atendimento à população. A princípio, a ideia é transferir Lula para um quartel do Exército. Entretanto, a transferência ainda precisa da autorização do juiz federal Sérgio Moro.

Um ofício enviado pelo Sindicato de Delegados de Polícia Federal no Paraná ao superintendente Maurício Valeixo afirma que a sede da Polícia Federal não é, “sob nenhum aspecto”, local adequado para cumprimento de sentença penal condenatória.

No documento, ainda há a citação de temor por parte de manifestantes. “Outros policiais federais e moradores estão informando, extraoficialmente, que temem pela segurança de suas famílias em face das ameaças e presença de tais manifestantes”, diz o texto.

Sala especial

Condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo o triplex em Guarujá, Lula está preso em uma sala de estado maior – em razão do cargo ocupado por ele – no último andar da superintendência da Polícia Federal.

O local, com 15 metros quadrados, possui uma mesa, uma cama de solteiro, um banheiro privativo e uma televisão – o aparelho eletrônico foi permitido após um pedido realizado pela defesa e autorizado por Moro.

A sala ainda possui uma antessala onde Lula pode receber advogados e familiares.

Manifestantes

Cerca de mil manifestantes a favor de Lula que integram movimentos sociais estão acampados no entorno da sede da PF, no Bairro Santa Cândida. Ruas foram bloqueadas e a Polícia Militar acompanha de perto a chegada de outros integrantes.

A Prefeitura de Curitiba entrou com uma ação de interdito proibitório para evitar acampamentos em ruas e praças da cidade e chegou a oferecer o Parque Atuba, mas os manifestantes não aceitaram.

Assista ao vídeo:

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil