
“Fui até ele, me deu um abraço e começou a chorar”, disse a mãe
“Estive frente à frente com o Diogo. Ele veio até a mim, se surpreendeu quando me viu. Fui até ele, e ele me deu um abraço e começou a chorar”.
Esse é um trecho do depoimento emocionante de Cleusa Gonçalves, mãe de Andriely Gonçalves, 22 anos, estudante de direito que está desaparecida desde 9 de maio, quando foi vista pela última vez em Colombo, na região metropolitana da capital paranaense.
Cleusa reencontrou Diogo na quinta-feira (31) durante uma visita ao Batalhão da Polícia Militar onde ele está preso temporariamente.
Em um depoimento emocionante, Cleusa conta como foi ficar frente a frente com o principal suspeito do desaparecimento da filha. O Portal RIC Mais conversou a mãe de Andriely para saber como foi a conversa. Veja.
Desaparecimento
Cleusa conta que quando esteve com Diogo fez diversos questionamentos. Entre eles, onde estava Andriely. A mãe da jovem perguntou sobre o que ele teria feito com ela.
“Perguntei pra ele da Andriely, ele disse que também não sabia. E eu disse, que sabia sim. Ele foi a única pessoa que saiu com ela, eu vi nas câmeras”, conta a mãe.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Diogo e Andriely deixam o prédio onde moravam, por volta das 3 horas da madrugada de 9 de maio.
O que aconteceu?
Diogo contou a mãe da universitária que, depois de sair do apartamento, deixou a menina em uma rodovia. “Eu saí com ela, mas estava levando ela pra sua casa. Ela disse que não queria ir pra lá, que queria ir pra São Paulo. Eu deixei ela em uma BR”, teria dito Diogo segundo a mãe.
Em seguida, Cleusa questionou o que levou a deixar a menina em um lugar perigoso, sozinha, longe da cidade. “Ele disse que errou. Chorava bastante”, explica Cleusa.
“Ele disse que estava a 80 km/h e que ela se jogou do carro, mas não disse o que fez com ela”, conta a mãe.
“Aí, depois, ele olhou a camiseta com a foto dela. Eu disse que queria ela com o rosto e com o sorriso lindo – questionei o que tinha acontecido”, contou Cleusa.
Por fim, Diogo ainda teria dito a mãe que ela iria sim reencontrar Andriely, mas não mais com aquele sorriso, não mais com aquele rosto lindo.
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Assista ao vídeo:
Suspeito
O policial militar ex-marido de Andriely é apontado com principal suspeito no caso investigado pela Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, na região metropolitana da capital.
Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou que o militar, que está há dois anos corporação, foi internado no Hospital Psiquiátrico, com crise de ansiedade, na quinta-feira (10), está sob cuidados médicos e afastado as funções.
Na madrugada do mesmo dia, o policial tentou pegar imagens de câmeras de segurança de um estabelecimento que fica em frente ao prédio onde ele e a jovem moravam, mas não conseguiu. Nas imagens, ele aparece fardado em uma viatura e na companhia de outro PM.
O apartamento, que está no nome dele, era usado pela jovem. Apesar disso, o ex-marido tinha as chaves do local porque guardava roupas e frequentava a residência com frequência.
Investigações
Investigadores afirmaram à equipe de reportagem que imagens gravadas pelas câmeras de segurança do rua mostram Andriely e seu ex-marido saindo do prédio por volta das 3h30 da madrugada de quarta-feira (9). Ambos teriam ido em direção ao veículo de Diogo Coelho. Na manhã de quinta-feira (8), ele teria voltado sozinho ao apartamento.
As imagens teriam capturado também o momento em que o ex-marido chega no prédio, na noite de terça-feira. Por isso, acredita-se que ele era quem estava dentro do quarto quando a jovem levou o susto.
O caso ainda está na fase de inquérito e não corre em segredo de Justiça, porém, a polícia tem mantido sigilo sobre a maioria das informações colhidas até agora.