David e Ygor estão presos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais. (Foto: Reprodução/RICTV)

Ygor King, de 19 anos, e David Willian da Silva, de 18 anos, estão entre os acusados, pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pela morte do jogador

A tia de Ygor King, de 19 anos, e a mãe de David Willian da Silva, de 18 anos, acusados pelo assassinato do jogador Daniel Corrêa, ocorrido no dia 27 de outubro, falaram com exclusividade com a RICTV Curitiba | Record PR. Durante a conversa, elas contam como a notícia do envolvimento dos dois com o crime trouxe dor e surpresa às suas famílias e pedem perdão para Eliane Corrêa, mãe do atleta. (Veja abaixo)

Entenda a participação de Ygor e David no Crime

Ygor e David estão presos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, junto com os outros dois homens – Edison Brittes e Eduardo Henrique da Silva – também acusados pela morte do jogador. Todos estão detidos em uma cela de adaptação e não podem receber visitas de familiares, apenas dos advogados. Foi de lá, que Ygor escreveu uma carta para a irmã adotiva na qual pede desculpas por tudo, diz não saber o que vai acontecer se um dia sair da cadeia e que seu sonho de ser advogado “já era”.

Carta escrita por Ygor. (Foto: Reprodução/RICTV)

Para os advogados de defesa de Ygor e David, os dois deveriam estar respondendo apenas pelas agressões. “Eles percebem até onde erraram, estão dispostos a pagar pelo seu erro, mas no limite do seu erro. Até onde seja a agressão, não na morte. Porque no evento morte, eles não contribuíram em nada”, disse Robson Domacoski.

Questionado sobre o porquê dos jovens não terem feito a denúncia sobre o crime, o advogado Allan Smaniotto diz que ele tiveram medo. “Como é que você denuncia um assassino que te conhece? Através da filha te conhece. Vai chegar no teu lar, vai chegar na sua moradia. Como é que você denuncia um assassino dessa forma? Sem você pensar muito antes no como você vai fazer isso”.

Em depoimento, os dois disseram à polícia que no dia do crime, não saíram de dentro do carro no momento da execução do jogador Daniel na estrada rural da Colônia Mergulhão. Conforme suas versões, ambos permaneceram no veículo apenas ouvindo o que estava acontecendo lá fora. No entanto, Eduardo Henrique da Silva, de 19 anos, contrariou o testemunho dos jovens e afirmou que eles saíram de dentro do carro e assistiram o assassinato.

A mãe de David também afirma que o filho teve medo, segundo ela, o jovem só contou o que havia acontecido quando viu pela televisão a prisão de Edison Brittes, assassino confesso de Daniel. “Ele chegou em estado de choque para mim, chorando, bem abalado, e ele conta para mim o que havia acontecido, o grau de envolvimento deles na situação. Desesperado, né. Ele estava com muito medo, ele temia pela própria vida e pela vida da família”.

Famílias pedem perdão a mãe de Daniel

Eu gostaria de pedir perdão para ela. Porque eu como mãe, eu me coloco no lugar dela. Que nunca, nunca, nunca, ninguém vai trazer de volta o filho dela. É difícil para a gente mensurar tudo isso, né. Porque assim, são pessoas, são famílias que ficaram sofrendo por conta de tudo isso” falou a mãe de David.

“Jamais alguém da nossa família ia querer que a família dele ‘tivesse’ passando por isso. Nós oramos pra que Deus conforte o coração deles, que nada vai mensurar a dor que a mãe do Daniel ‘tá’ sentindo. Perdão”, disse a tia de Ygor.  

Assista à reportagem completa:

Giuli Kuiava conta todos os detalhes.

Famílias de Ygor de Daniel falam sobre o caso Daniel

De acordo com as famílias, os três jovens estudaram juntos quando crianças e havia se reencontrado e se aproximado poucas semana antes durante o velório do irmão de Ygor. “Ele teve a perda do irmão, né. Um irmão adotivo, de criação, mas era um irmão que ele era muito apegado. E o Ygor sofreu muito com isso. Fazia dias que ele não saía de casa. Ele só ficava em casa porque só chorava, porque tinha perdido o irmão. E a gente mesmo aconselhou ele ‘vai nessa festinha, né? Pra espairecer a cabeça’. Ele acabou indo nesse aniversário e aconteceu, né? Essa tragédia, né”, disse a tia de Ygor.

Daniel foi assassinado em São José dos Pinhais. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Ainda conforme a familiar de Ygor, ele queria ser advogado ou policial militar. “Ela passou na faculdade de direito, né. Ele sempre dizia para mim: ‘Tia, eu quero dar orgulho para vocês. Eu quero muito ser alguém na vida”.

A mãe de David lembra que ele passava por um ótimo momento em sua vida quando tudo aconteceu. “Ele ‘tava trabalhando’. Ele era registrado numa empresa. Tinha acabado de ser promovido dentro dessa empresa. Então, ele estava bem feliz com as conquistas que ele estava conseguido. Fazendo a habilitação dele. Então assim, a gente nunca teve problema em relação à pessoa do David

Tanto Ygor como David não possuíam passagens pela polícia, trabalhavam desde cedo, estudavam e tinham muitos sonhos que foram interrompidos pelo crime cruel contra o jogador Daniel.

Veja as entrevistas completas:

Giuli Kuiava conversou com os familiares dos acusados.

Veja quem são os denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pela morte do jogador:  

Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e e coação no curso do processo;

Cristiana Brittes (35 anos): homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;

Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

Ygor King (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

David Willian da Silva (18 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

Evellyn Brisola (19 anos): denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.

Veja detalhes sobre o crime

INDICIADOS PELO MP-PR POR ENVOLVIMENTO NO ASSASSINATO DO JOGADOR DANIEL. (INFOGRÁFICO: LUANA SILVERIO)