Inúmeros manifestantes se reuniram na tarde deste domingo (27), na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, para exigir justiça sobre o assassinado de Ana Paula Campestrini, morta com cerca de 14 disparos de arma de fogo na última terça-feira (22). 

Na ação, organizada por membros do Movimento 8M, familiares e amigos de Ana Paula, os participantes fazem uma caminhada até a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação do caso. 

O crime

Ana Paula Campestrini foi morta a tiros na frente do condomínio onde morava, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, na manhã do dia 22 de junho. Menos de 48 horas após o homicídio, a Polícia Civil prendeu o ex-marido da vítima, o advogado Wagner Cardeal Oganauskas, e Marcos Antônio Ramon por suspeita de serem, respectivamente, o mandante e executor do crime. Ambos são amigos e trabalhavam juntos na administração do clube Sociedade Morgenau.

A família de Ana Paula acredita que ela foi executada por motivos financeiros, já que travava uma batalha judicial de divisão de bens após o divórcio. Além disso, testemunhas relatam que após o fim do casamento que durou 17 anos, o advogado passou a manipular os três filhos do casal e dificultar as visitas da ex-mulher as crianças. A situação já se arrasta por aproximadamente três anos.

Na manhã em que foi morta, Ana Paula foi até a Sociedade Morgenau, na ocasião presidida pelo advogado, para fazer uma carteirinha de sócia. O objetivo era poder entrar no local e ter contato com os filhos, já que até então, não era autorizada a entrar e precisava esperar na calçada para poder vê-los de longe. No entanto, após sair de lá, ela foi perseguida por um motociclista e executada com cerca de 14 disparos de arma de fogo, quando aguardava o portão do condomínio em que vivia abrir. 

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Na imagem estão, da esquerda para a direita: Wagner Cordeal, Ana Paula Campestrini e Marco Antônio. (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Para a delegada delegada Thatiana Guzella, da DHPP, Marcos Antônio era quem conduzia a moto e assassinou Ana Paula. Ele trabalhava como diretor administrativo e financeiro do clube e mensagens obtidas pela polícia mostram que ele sabia que a vítima iria até a Sociedade Morgenau naquela manhã de terça-feira.

Entre as provas reunidas pela investigação, até o momento, também estão imagens de câmeras de segurança que flagraram a vítima sendo perseguida pela motocicleta logo que deixa a associação e fotografias que mostram a motocicleta escondida em um barracão da Sociedade Morgenau.

Após a prisão dos suspeitos na quinta-feira (24), o clube Sociedade Morgenau informou, por meio de nota, que ambos foram afastados de suas atividades e que a instituição está à disposição da Justiça e das autoridades policiais para prestar esclarecimentos.