Um marido, de 51 anos, obrigou a esposa, de 29 anos, a se relacionar sexualmente com outro homem porque ele queria ser “pai de menina”. Mesmo tendo outros três filhos com essa mulher, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) suspeita que o investigado tivesse o interesse de cometer abusos sexuais contra essa criança.

Imagem ilustrativa de grávida, em alusão ao marido que obrigava esposa a ser abusada por outro homem para engravidar de uma menina
Mulher é vítima de abusos pelo homem há 22 anos. (Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay)

“O homem chegou a proibir que a vítima tomasse anticoncepcionais, porque queria que ela engravidasse de outro homem e tivesse uma menina. Não temos prova, mas suspeitamos que ele queria criar essa criança e continuar as práticas de abuso sexual nela”, explica o delegado da PCPR Eduardo Kruger.

Marido, esposa e os três filhos moravam em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Mesmo com crianças em casa, o homem abusava sexualmente da mulher e a obrigava a se relacionar com outros abusadores. O suspeito ainda utilizava câmeras para monitorar o dia a dia da mulher na residência, bem como monitorava o celular dela.

A vítima relatou em depoimento à Polícia Civil que não tem provas que o marido tenha abusado de algum dos filhos do casal. Embora tenha apontado que em uma ocasião, o homem tenha “passado a mão” em uma das crianças e dito que ela estava “muito parecida com a mãe”.

O suspeito foi detido na última terça-feira (16) pelos crimes de ameaça e violência psicológica, ainda podendo ser indiciado pelos delitos de estupro e estupro de vulnerável.

Marido e esposa já foram padrasto e enteada: abusos sexuais (com gravidez) ocorrem há 22 anos

Imagem ilustrativa de violência contra mulher, caso de padrasto que abusou da enteada e depois a obrigou a casar com ele
Somadas, a pena contra o suspeito pode ultrapassar os 100 anos em regime fechado. (Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay)

Segundo investigação da Polícia Civil, o homem preso já foi padrasto da vítima, tendo cometido abusos sexuais contra a mulher por 22 anos.

Segundo o delegado Eduardo Kruger, a vítima começou a ser abusada pelo padrasto aos sete anos, quando a família ainda morava em Rio Negrinho, em Santa Catarina. Quatro anos depois, todos se mudaram para Araucária, mas a rotina de abusos não terminou.

“Quando a vítima completou 14 anos, o padrasto obrigou ela a se relacionar com outros homens. Ele filmava esses abusos sexuais e, caso os abusadores não obtivessem prazer com as relações, a jovem ainda era agredida por ele”, explicou o delegado.

Devido aos constantes abusos sexuais, a enteada engravidou do padrasto quando tinha 15 anos. O homem então se divorciou da mãe da vítima e obrigou a adolescente a se casar com ele, quando completasse 16 anos.

Homem foi preso após denúncia anônima e ‘plano de fuga’ da vítima

Sirene
Polícia Civil pode indiciar o padrasto que abusou da enteada por quatro crimes. (Foto: Pixabay)

De acordo com o delegado Eduardo Kruger, uma denúncia anônima feita pela Central 181 levou a Polícia Civil a encontrar a vítima.

“Após contato com a vítima, mulher disse que teve “sorte” do marido não ver esse diálogo. Mulher disse que ia levar os filhos no posto de saúde e conseguiu fugir de casa, indo direto à delegacia”, continuou Kruger.

Durante o depoimento da vítima, o marido ligou ao menos 30 vezes para o celular dela e mandou diversos áudios com ameaças, por meio de um aplicativo de mensagens. Os policiais presenciaram a ocorrência e por isso o suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de perseguição e violência psicológica.

A Polícia Civil ainda prosseguirá com as investigações com o objetivo de qualificar e quantificar as denúncias da vítima. Com isso, o suspeito poderá ser indiciado também pelos crimes de estupro de vulnerável e estupro.

A Justiça aceitou o pedido da Polícia Civil e converteu a prisão do suspeito de flagrante para preventiva. Além disso, a vítima também recebeu medida protetiva contra o marido.

“Uma das filhas do indivíduo disse que o pai é “um indivíduo muito perigoso e não pode conviver em sociedade”. É muito provável que ele receba uma pena acima dos 100 anos”, finalizou o delegado.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do Ric.com.br. Clique aqui.

Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.