Pais de Emanuelly Agatha estão presos em penitenciárias no interior paulista (Foto: Reprodução/Facebook)

Escola onde Emanuelly Alves estudou denunciou maus-tratos sofridos pela criança para Conselho Tutelar de Itapetininga em outubro de 2017

*Do r7

“Meu pai disse que seria capaz de matar o meu irmão”, afirmou a tia de Emanuelly Agatha da Silva Alves, de cinco anos, espancada pelos pais em Itapetininga, interior de São Paulo. Isis Desiree, de 27 anos, se refere ao avô da criança, o aposentado Luiz Carlos Alves.

Emanuelly foi espancada pelos pais Débora Rolim da Silva, de 24 anos, e Phelippe Douglas Alves, de 25 anos. A menina morreu de hemorragia cerebral no sábado (3).

Isis informou, em entrevista ao R7, que toda a família está bem nervosa com toda a situação. “Meu pai [avó da criança] está com ódio do Phelippe [pai da criança]”, disse.

O casal, que foi preso no último sábado, havia acionado o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), no dia anterior, alegando que a criança tinha caído da cama e batido a cabeça, passando a ter convulsões.

Questionada se Emanuelly alguma vez apresentou sinais de maus-tratos, Isis é categórica: “Sim. Ela chegava, vez ou outra, com uns roxos. Mas a Débora sempre inventava uma história e a gente acreditava”.

Escola

A escola onde Emanuelly estudou chegou a denunciar os maus-tratos sofridos pela criança para o Conselho Tutelar do município em outubro de 2017.

A informação foi confirmada ao R7 pelo delegado da DDM (Delegacia da Defesa da Mulher) Eduardo de Souza Fernandez. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação também confirmou o contato entre a escola e o órgão.”Ao perceber hematomas no corpo da criança, a escola acionou o Conselho Tutelar apresentando um relatório e dando ciência do fato e acreditou que as devidas providências por parte do órgão, já estariam sendo tomadas.’

A Secretaria ainda informou que Emanuelly foi matriculada para as aulas do ano letivo de 2018. Porém, a menina não compareceu as aulas. A família foi procurada e a resposta da mãe foi que criança estaria doente.  

Guarda

Débora da Silva chegou a perder a guarda da criança no ano de 2012, logo após o parto, segundo o delegado Fernandez. Na época, Emanuelly ficou em um abrigo devido a negligência e uso de drogas feito pelos pais da criança, como constatado no boletim de ocorrência.

Débora conseguiu recuperar a guarda, mas em 2016 perdeu de novo. No ano seguinte, ela se separou de Alves e a criança voltou sob sua tutela. Em seguida, o casal reatou o relacionamento.

Os pais foram detidos no dia 3 e, na audiência de custódia, o juiz responsável pelo plantão judiciário determinou a prisão preventiva. Débora foi encaminhada para a Penitenciária Feminina de Votorantim e seu companheiro para a Penitenciária de Capela do Alto. Alves foi colocado em cela do chamado seguro, onde ficam detentos sob ameaça, por causa do tipo de crime do qual é suspeito.

Desde a prisão ter sido efetivada, ninguém da família teve contato com o pai da criança. “Ninguém quer ver ele”, comentou Isis.

Além de Emanuelly, os pais tem dois filhos: uma menina, de nove anos, e um menino, de quatro. A menina está nos cuidados do pai biológico, em Itapetininga, enquanto que o mais novo foi acolhido pelo Conselho Tutelar, segundo o delegado Fernandez. Segundo a Polícia Civil, os dois são usuários de drogas e já estiveraram envolvidos em suspeitas de agressões aos outros filhos.

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