
Ele andava com a faca na mochila há mais de dois meses, esperando o melhor momento para matar
A estudante Tamires Paula de Almeida, de 14 anos, foi morta por um colega de escola de apenas 13 anos na última quarta-feira (23), no prédio onde moravam, no Jardim América, em Goiânia. Alunos disseram que ele tinha dito a um amigo, antes do crime, que teria recebido a ordem de matar alguém por causa do jogo Baleia Azul.
Os dois viviam no mesmo condomínio e também estudavam na mesma escola, mas não há registros de que eram próximos. A garota estava indo para a aula no momento do crime. O assassinato foi descoberto depois que o adolescente chegou na escola com marcas de sangue e com a faca, então, colegas assustados notaram a situação e chamaram a diretoria.
Ela foi encontrada morta, as câmeras do elevador do prédio mostram quando a vítima foi arrastada para a escadaria pelo menino.
Desespero
Vilma Pereira, mãe da vítima, entrou em estado de choque e tentou se jogar do prédio depois de se deparar com o corpo da filha. Felizmente, foi detida por funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela foi avisada por vizinhos que alguém estava nas escadarias, entretanto, não sabia ser Tamires. Segundo o jornal O Popular, a mulher repetia atordoada “Eu vi o sangue da minha filha”.
A família do menino diz que ele nunca apresentou comportamento agressivo e ao receber a ligação da escola não imaginavam que o caso fosse tão grave. A mãe contou estar em casa quando avisaram que ele havia tido problemas na escola, nervosa, tentou descer pelo elevador que estava demorando e, assim, resolveu ir pelas escadas. Sem saber o que tinha acontecido, se deparou com o corpo da vítima ensanguentado nas escadarias e desmaiou, sofrendo um princípio de AVC.
Internação Provisória
O menor confessou o ato infracional em conversa informal, enquanto no depoimento foi orientado pelo seu advogado para ficar em silêncio. Ele disse ter comprado a arma do crime – uma faca – com o dinheiro que recebeu de presente de aniversário e que planejava desde junho matar alguém. Seus alvos eram três adolescentes do sexo feminino que estudavam na escola, uma delas Tamires. A escolha foi feita pensando que seria mais fácil matar mulheres.
O pequeno assassino, contou também, que no momento do crime arrastou a jovem e tentou matá-la com pancadas na cabeça, porém, como houve resistência, acabou optando pela faca, foram mais de 10 facadas, a ponto de entortá-la.
“Ele demonstrou bastante frieza, sem arrependimento, nenhum tipo de emoção, tanto que contou toda a ação com detalhes e como ele planejava matar as meninas. Realmente a conduta dele não condiz com o que a família dele e os colegas de escola falam sobre ele. Foi uma ação inesperada. O comportamento dele surpreendeu a todos na delegacia”, disse o delegado que cuida do caso, Luiz Gonzaga Filho, ao jornal O Popular.
O depoimento aconteceu no Juizado da Infância e Juventude de Goiânia e foi acompanhado por um psiquiatra. A internação provisória do garoto foi determinada no fim da tarde de quinta-feira (24). Se o adolescente receber sentença por crime análogo a homicídio, poderá ficar até três anos recluso.
Na escola e no prédio onde os dois estudavam e moravam foram emitidas notas de sentimento e consternação.
O corpo de Tamires foi velado e enterrado na quinta-feira (24).
Leia também:
- Jovem acusado de matar adolescente em estação-tubo tem Hitler e Stalin como inspirações
- Adolescente manda matar o próprio pai após ser proibida de namorar