A família materna do menino morto pelo rottweiler em Curitiba tem dúvidas sobre a versão do pai, de que ele estaria tomando banho no momento da tragédia. Para a mãe Patrícia da Silva, a criança pode ter sido morta pelo cachorro, no início da noite de segunda-feira (17), enquanto o genitor dormia. (Veja entrevista abaixo)Conforme Patrícia, o pai sempre foi carinhoso e atencioso com os filhos, mas, mesmo assim, ela não entende como o ex-marido não ouviu ao menos os cães latirem antes do ataque. “O meu filho desceu as escadas, sem fazer um barulho sequer, a ponto de ele estar do lado e nem escutar, foi até os cachorros, local que quando o cachorro late faz eco. Ele teria escutado, ele teria tido mais tempo. Agora, que ele saiu do banho, cinco minutos que o neném não respondeu ele, que ele subiu, foi procurar o nenèm e daí deu a volta na casa e achou o meu filho ali já no chão. Não é que eu não acredite, porque eu realmente não estava lá e só Deus sabe o que aconteceu. Mas eu tenho minhas dúvidas”. Ela ainda completou: “Eu não sou ninguém pra julgar. Eu espero que tenha acontecido o que ele me relatou. Porque, senão, o remorso vai matar ele”.
Muito abalado, o homem foi procurado pela equipe da RICTV Curitiba | Record PR na terça-feira (18), mas não quis falar com a imprensa sobre o assunto.
O menino morto pelo rottweiler enquanto visitava o pai
Douglas da Silva Moraes, de 2 anos, foi morto por um cachorro quando estava na casa do pai – que é divorciado da mãe – no bairro Pilarzinho. Ao todo, três rottweilers ficavam presos no pátio. O cão responsável pelo ataque foi recolhido ao centro de zoonoses da capital
Camila Ceconello, delegada responsável pelo caso, explicou que, em depoimento, o homem afirmou que estava brincando com o filho em um sofá-cama até que a criança dormiu. Na sequência, ele teria levantado e aproveitado para tomar banho.“A criança teria então acordado, aberto a porta, saído, descido algumas escadinhas e ido para o quintal brincar com o cachorro rottweiler que estava preso. Foi nesse momento, que o cachorro avançou e a criança entrou em óbito”, disse sobre o menino morto pelo rottweiler.
Rottweiler que matou o menino já havia atacado a irmã da vítima
Patrícia também contou que os animais eram muito agressivos e já haviam atacado a irmã de Douglas. Na ocasião, a menina foi salva porque a mãe ouviu os gritos de socorro. “Os dois cachorros estavam em cima dela como se eles tivessem comendo. Eu entrei em desespero, eu gritei, eu chorei, fiz um escândalo. Quando cheguei para tirar ela de lá do meio dos cachorros, eu não tava pensando se eles iam me morder, se eles iam me pegar, eu queria tirar ela dali. E eu tirei”, disse a mãe que chora ao declarar que não pôde salvar o outro filho.
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Investigações sobre ataque o cão
A Polícia Civil espera o laudo do Instituto de Criminalística para concluir as investigações sobre o caso. São duas as possibilidades, o pai do menino morto pelo rottweiler pode ser:
- inocentado;
- indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, caso seja constatado algum tipo de negligência.
Ceconello também pontuou que vê a prisão do pai como “praticamente descartada” já que existem punições alternativas para homicídio culposo. Da mesma forma, o juiz que julgará o homem, também poderá aplicar o ‘perdão judicial’. “O juiz pode aplicar o perdão judicial, que é instituto que vai excluir todo o inquérito e toda investigação, baseado no fato de que o sofrimento que o pai teve já é uma pena em si”, disse.
Assista à entrevista completa:
A RICTV Curitiba | Record PR acompanha o caso do menino morto pelo rottweiler.
